O meia Alex, do Coritiba, não esconde: a principal dificuldade que tem encontrado no retorno ao Brasil é a ausência de uma "atmosfera empolgante" nos jogos de futebol. Crítica feita especialmente à baixa presença de público nas arquibancadas. A estatística comprova a reclamação.
O cenário encarado pelos jogadores na atual edição do Paranaense é de estádios silenciosos, praticamente às moscas. A média de ocupação dos estádios no Estadual é de 22%. Ou seja, de acordo com a lotação máxima de cada praça esportiva, nem um quarto do espaço é tomado pelos torcedores.
Essa média não seria tão ruim se oito desses palcos não tivessem a capacidade total para menos de 10 mil pessoas somente o Estádio do Café, o Couto Pereira e a Vila Capanema podem receber jogos com mais gente nas arquibancadas.
Exemplo disso é o Estádio Erick George, casa do Nacional de Rolândia, que tem a maior taxa de ocupação: 44,7%. No entanto, essa quase metade representa apenas 812 pagantes a cada partida.
Aliás, nem mesmo as visitas do trio de ferro ao interior têm alavancado os públicos, vide a rodada anterior. O Coritiba empatou com o Nacional diante de 638 pagantes no Erick George. Pior viveu o Atlético, que bateu o Paranavaí no Waldemiro Wagner para 267 pagantes.
"No ano passado, esses jogos [contra os times da capital] tinham venda total da capacidade. Este ano deu menos. Aí entra a questão do Atlético, que não coloca o time principal, e também a questão de que estamos atrasados, principalmente na comercialização do campeonato. O dinheiro puxaria a qualidade para cima e teríamos mais público", analisa o gerente de futebol do Cianorte, Adir Kist, clube que tem a menor média de público do campeonato (473 pagantes por jogo).
O Estádio Waldemiro Wagner é o principal destaque negativo da competição. Apenas 5% da praça esportiva foi ocupada por jogo uma média de 497 pagantes. Com esse número, o Paranavaí, que já mandou oito partidas, precisaria jogar mais 10 vezes para alcançar a capacidade total autorizada do WW, de 10 mil pessoas.
Segundo Kist, o futuro não é nada promissor.
"A tendência é piorar. Os times grandes estão cada vez menos interessados. E sem criar uma situação favorável ao interior, a tendência é que desapareçam. Não temos muitas expectativas", projeta.
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