Atletiba de torcida única do primeiro turno, na Vila Capanema: jogos com baixa presença de público e com bilheteria no vermelho deram o tom do Campeonato Paranaense de 2012| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Timãozinho é o rei do prejuízo

A mudança de nome de J. Ma­­lucelli para Corinthians para ganhar a simpatia dos fãs do Alvinegro paulista não deu certo. O Corinthians-PR é o campeão de renda negativa no Paranaense. Dos 11 jogos no Ecoestádio, dez terminaram no vermelho. A exceção foi o duelo com o Rio Branco (22/1).

Com média de 149 pessoas por jogo, o clube amarga o segundo pior público da competição, contra o Arapongas, com apenas 90 pagantes – o menor foi entre Iraty e Paranavaí, com 58 torcedores.

"Já esperávamos [o pouco público e a renda negativa]. Não conseguimos aglutinar torcedores e, por isso, vamos mudar a partir de junho o nome do clube para Jo­­ti­­nha", revelou o presidente do Corinthians-PR, Joel Malucelli.

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Neste domingo termina a fase de classificação do Cam­­peonato Paranaense 2012. Dentro de campo, acaba de forma sem graça, já que tanto os finalistas (Atlético e Coritiba) quantos os rebaixados (Roma e Iraty) foram definidos com antecedência. Fora, as notícias também não são animadoras. A maioria dos clubes fecha o Estadual com prejuízo financeiro no quesito bilheteria, reforçando a ideia de que a competição é deficitária.

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Até o fim da 10.ª rodada do 2.º turno, na semana passada, foram disputadas 126 partidas e, segundo levantamento da Gazeta do Povo, com a base nos borderôs, em 55 jogos, ou seja, 43,65% do total, houve renda líquida negativa.

Isso significa que muitas vezes os clubes mandantes não conseguiram, exclusivamente com a receita de bilheteria, pagar os custos para a realização do jogo – como taxas de arbitragem, antidoping, quadros fixos dos clubes e da Federação, segurança e demais itens do estádio (como aluguel, água e luz).

Mesmo em partidas que tiveram a receita líquida positiva, apenas seis jogos tiveram renda superior a R$ 50 mil, sendo apenas o Atletiba do último domingo (só para coxas) o único jogo até agora com receita líquida superior a R$ 100 mil – o clássico fechou com R$ 130.472,04. O campeonato teve ainda 24 partidas que tiveram valores inferiores a R$ 10 mil na biheteria.

Vice-presidente da Fe­­de­­ração Paranaense de Fu­­te­­bol (FPF), Amilton Stival se exime de culpa. Para ele, o resultado financeiro tem relação direta com os clubes. "A bilheteria vem de acordo com o desempenho em campo. Neste ano, por exemplo, tivemos bons resultados de público e renda com o Londrina, que subiu para a Série Ouro e fez uma excelente campanha no segundo turno", explicou.

Detentora das duas maiores torcidas do estado, a dupla Atletiba também sofreu com a baixa média de públi­co e sua consequente peque­­na receita no Estadual. De acordo com o diretor de Mar­­keting do Atlético, Mauro Holz­­­mann, historicamente o Pa­­ra­­naense é deficitário para os clubes.

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A média de público do Fu­­ra­­cão nesta temporada, contando a Copa do Brasil, é de pouco mais de três mil pagantes. Segundo ele, o déficit não é uma realidade isolada neste ano só pelo fato de o Rubro-Negro ter jogado fora da Arena – o estádio está em reforma para a Copa de 2014.

"Atlético e Coritiba pagam para jogar o Paranaense há muitos anos. A nossa rea­lidade é de chorar, porque não tem renda, não tem público e a verba da tevê é muito pequena. Não tem cabimento ter 26 datas para o Estadual", disparou.

Holzmann considera como solução para esse impasse financeiro a volta dos regionais, como a Copa Sul-Minas, disputada entre 2000 e 2002. "Dão uma perspectiva muito maior de público e receita de tevê para os clubes, possi­bilitando um melhor planejamento financeiro para o Bra­­sileiro", afirmou.

Procurado pela reportagem, o Coritiba, cuja média em 2012 não chega a 10 mil pagantes por jogo, não se manifestou sobre o assunto até o encerramento desta edição.

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