Timãozinho é o rei do prejuízo
A mudança de nome de J. Malucelli para Corinthians para ganhar a simpatia dos fãs do Alvinegro paulista não deu certo. O Corinthians-PR é o campeão de renda negativa no Paranaense. Dos 11 jogos no Ecoestádio, dez terminaram no vermelho. A exceção foi o duelo com o Rio Branco (22/1).
Com média de 149 pessoas por jogo, o clube amarga o segundo pior público da competição, contra o Arapongas, com apenas 90 pagantes o menor foi entre Iraty e Paranavaí, com 58 torcedores.
"Já esperávamos [o pouco público e a renda negativa]. Não conseguimos aglutinar torcedores e, por isso, vamos mudar a partir de junho o nome do clube para Jotinha", revelou o presidente do Corinthians-PR, Joel Malucelli.
Neste domingo termina a fase de classificação do Campeonato Paranaense 2012. Dentro de campo, acaba de forma sem graça, já que tanto os finalistas (Atlético e Coritiba) quantos os rebaixados (Roma e Iraty) foram definidos com antecedência. Fora, as notícias também não são animadoras. A maioria dos clubes fecha o Estadual com prejuízo financeiro no quesito bilheteria, reforçando a ideia de que a competição é deficitária.
Até o fim da 10.ª rodada do 2.º turno, na semana passada, foram disputadas 126 partidas e, segundo levantamento da Gazeta do Povo, com a base nos borderôs, em 55 jogos, ou seja, 43,65% do total, houve renda líquida negativa.
Isso significa que muitas vezes os clubes mandantes não conseguiram, exclusivamente com a receita de bilheteria, pagar os custos para a realização do jogo como taxas de arbitragem, antidoping, quadros fixos dos clubes e da Federação, segurança e demais itens do estádio (como aluguel, água e luz).
Mesmo em partidas que tiveram a receita líquida positiva, apenas seis jogos tiveram renda superior a R$ 50 mil, sendo apenas o Atletiba do último domingo (só para coxas) o único jogo até agora com receita líquida superior a R$ 100 mil o clássico fechou com R$ 130.472,04. O campeonato teve ainda 24 partidas que tiveram valores inferiores a R$ 10 mil na biheteria.
Vice-presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Amilton Stival se exime de culpa. Para ele, o resultado financeiro tem relação direta com os clubes. "A bilheteria vem de acordo com o desempenho em campo. Neste ano, por exemplo, tivemos bons resultados de público e renda com o Londrina, que subiu para a Série Ouro e fez uma excelente campanha no segundo turno", explicou.
Detentora das duas maiores torcidas do estado, a dupla Atletiba também sofreu com a baixa média de público e sua consequente pequena receita no Estadual. De acordo com o diretor de Marketing do Atlético, Mauro Holzmann, historicamente o Paranaense é deficitário para os clubes.
A média de público do Furacão nesta temporada, contando a Copa do Brasil, é de pouco mais de três mil pagantes. Segundo ele, o déficit não é uma realidade isolada neste ano só pelo fato de o Rubro-Negro ter jogado fora da Arena o estádio está em reforma para a Copa de 2014.
"Atlético e Coritiba pagam para jogar o Paranaense há muitos anos. A nossa realidade é de chorar, porque não tem renda, não tem público e a verba da tevê é muito pequena. Não tem cabimento ter 26 datas para o Estadual", disparou.
Holzmann considera como solução para esse impasse financeiro a volta dos regionais, como a Copa Sul-Minas, disputada entre 2000 e 2002. "Dão uma perspectiva muito maior de público e receita de tevê para os clubes, possibilitando um melhor planejamento financeiro para o Brasileiro", afirmou.
Procurado pela reportagem, o Coritiba, cuja média em 2012 não chega a 10 mil pagantes por jogo, não se manifestou sobre o assunto até o encerramento desta edição.
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