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Hélio Cury se licenciou da presidência da Federação Paranaense de Futebol até a realização da eleição na entidade. | Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Hélio Cury se licenciou da presidência da Federação Paranaense de Futebol até a realização da eleição na entidade.| Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

A eleição da Federação Paranaense de Futebol (FPF) será no dia 21 de março. Mas a chance de o resultado das urnas ser definitivo é quase nula. As duas chapas, uma comandada pelo atual presidente, Hélio Cury (que hoje pediu licença do cargo até o dia 22, em favor do vice Amilton Stival), e a outra por Ricardo Gomyde, já se enfrentam diariamente na Justiça. Nada indica que a batalha de ações vai terminar tão cedo.

Uma fonte anônima do TJD diz acreditar que não existe chance de a eleição ser resolvida na esfera administrativa. “Vai começar a batalha judicial: liminares, processos se arrastando e provavelmente um interventor vai presidir a federação até a justiça decidir”, afirmou.

Não vai faltar assunto para ser resolvido nos tribunais. Nesta segunda-feira (9), o Sport Club Campo Mourão, um dos apoiadores de Gomyde, sofreu uma espécie de ‘golpe de estado’. O atual presidente, Fábio Mello, ficou sabendo pelo site da FPF que havia sido substituído – sem assembleia dos sócios ou algo assim –, por meio de uma canetada, pelo ex-presidente Luis Carlos Kehl, que apoia Cury. A ordem teria vindo da entidade, com base em documentos fornecidos por Kehl.

Juliano Tetto, advogado e vice-presidente na chapa de Gomyde, entrou com uma ação judicial pedindo a reversão imediata do ato. “Isso é uma demonstração do baixo nível do futebol paranaense, principalmente dos dirigentes da velha guarda”, revolta-se Mello. “Os associados não podem ter medo da Federação, mas é isso que está acontecendo. Muitos têm medo de retaliação. Nós estamos na Terceirona, não temos mais para onde cair.”

Os pontos que devem criar mais problemas são as revogações, a ausência de clubes que participam de campeonatos da FPF entre os votantes e a presença inusitada de outros.

Quando havia somente a chapa de Hélio Cury, vários clubes assinaram com ela. Com a criação da chapa de Gomyde, indecisos e times que estavam com o presidente se alinharam com a oposição. Aos que já estavam com Cury, o caminho era revogar as assinaturas que subscreviam à chapa da situação. Mas, pelo estatuto da FPF, um tanto dúbio, o que vale é a primeira assinatura, embora o regulamento das eleições preveja a revogação, desde que antes do registro da chapa.

Juliano Tetto admite que o futuro é “bem incerto” e que desde o início trabalha com a possibilidade de a eleição parar na justiça. Gomyde prefere acreditar que uma vitória na urna seja reconhecida pelo adversário. Procurado para comentar o caso, Hélio Cury não retornou as ligações e as mensagens, assim como o advogado da chapa, Emerson Fukushima.

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