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O artilheiro Rafhael Lucas é a grande aposta do técnico Marquinhos Santos nesta temporada. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
O artilheiro Rafhael Lucas é a grande aposta do técnico Marquinhos Santos nesta temporada.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O Campeonato Paranaense chega ao segundo ato com um protagonista. Após uma primeira fase arrasadora, graças à preciosa contribuição de nove gols na campanha do líder Coritiba, Rafhael Lucas entra na etapa mata-mata para tentar escrever o roteiro perfeito: se tornar campeão e novo ídolo torcida alviverde.

Veja os duelos do mata-mata

Desde Keirrison, em 2008, o Coxa não tem uma figura emblemática em um título forjado na base. Marcel, em 2003, também conseguiu tal marca – embora Tcheco tenha sido a figura central daquele time.

O próximo capítulo na trajetória será neste domingo (5) contra o Cascavel, às 16 horas, no Estádio Olímpico Regional, cenário onde nenhum adversário conseguiu vencer e nem mesmo marcar gols neste Paranaense.

Será mais um desafio para o atacante de 22 anos. Nada impossível para quem há 13 anos era aprovado na peneira alviverde como zagueiro. Jogou também como volante e meia até ser chamado para entrar no ataque durante um jogo na base e marcar duas vezes. Pronto, começou a ser olhado – e a se olhar – de outra forma e desandou a fazer gols.

No Metropolitano sub-15 de 2007, marcou 24 vezes, superando o então recordista absoluto Keirrison. Em 2009, foi capitão do Coxa na conquista do estadual sub-17 e artilheiro com 25 gols.

O sucesso na base lhe rendeu espaço no inchado elenco alviverde. Em 2012, foi emprestado para disputar o Paulista A2 pelo São Carlos. Lá, morava no alojamento e conta que, em um domingo, a pessoa responsável por levar o almoço se esqueceu dos garotos. Sem dinheiro e com o comércio fechado, confessa ter passado fome.

Voltou ‘pra casa’ três meses depois para ser campeão pela Dallas Cup, mas novamente acabou emprestado, desta vez para o Arapongas. No time do interior, três gols em cinco jogos.

A grande chance veio com Marquinhos Santos, treinador que o conhecia desde quando estava no lado oposto, na base do Atlético. Mas, quando enfim foi promovido ao para o elenco profissional do Coxa em 2013, rompeu o ligamento do joelho logo na primeira rodada, contra o Operário.

A recuperação física foi acompanhada pelo receio de nunca mais jogar, demorou para resgatar a confiança e chegou a procurar ajuda psicológica, mantida até hoje.

Sem ritmo, encarou mais um empréstimo ao Atlético de Sorocaba em 2014 e não jogou. De volta ao clube, não entrou nos planos de Celso Roth.

De tanto ser ignorado, se surpreendeu quando estava de férias na praia este ano e recebeu uma ligação do clube de que deveria se apresentar ao time principal. Além do voto de confiança de Marquinhos Santos, imprevistos abriram o caminho para Rafhael Lucas. O primeiro, mais um desconforto muscular de Keirrison ainda a pré-temporada. Outro, a demora para o acerto com o Welington Paulista.

E assim, 13 anos depois, o ex-zagueiro ganhou sua chance real no ataque coxa-branca: agarrou com cada um dos nove gols, a presença em todos os jogos na temporada e a vontade de ser campeão. “Estou feliz com a fase que estou passando. Mas nada vai adiantar se não conseguirmos o título”, reconhece.

A promessa coritibana tem as estatísticas a favor: é decisivo e atuante. Além de ter jogado 100% das partidas do ano, 12 duelos no total, fez gol em todas as vitórias do Coxa no campeonato estadual.

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