O caso Héverton, que rebaixou a Portuguesa para a Série B em 2013, escancarou a falta de um sistema ágil e confiável que comunique as decisões do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para a CBF e os clubes. Pouco mais de um ano depois, a situação continua idêntica. No âmbito local, ainda mais frágil.

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No Paraná não há um mecanismo eletrônico como o "BID da suspensão", em que a CBF lista os jogadores aptos e inaptos para atuar nas competições nacionais – foi esse o sistema que falhou e comprometeu a Lusa. Por aqui, os clubes precisam verificar as súmulas das partidas para acompanhar atleta a atleta. No caso de decisões do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR), elas são comunicadas via correio eletrônico para um e-mail da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e para outro fornecido pelo clube interessado.

Até agora, esse sistema boca-a-boca não gerou polêmica. Mas... "Precisamos evitar esse tipo de situação", defende o presidente do TJD-PR, Paulo Cesar Gradela Filho. "Independentemente do que o Código [Brasileiro de Justiça Desportiva] diga, é sempre necessário aprimorar os mecanismos para dar maior estabilidade e credibilidade para as decisões do tribunal", completa, lembrando que pelo Código, as decisões dos tribunais passam a valer no momento da deliberação, independentemente da publicação.

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Para evitar problemas futuros, o tribunal e a federação locais planejam a implantação de um sistema eletrônico que seja atualizado rapidamente e que os clubes possam ter acesso a qualquer momento. "Precisamos aprender a viver nesse mundo. Estamos conversando para ver o melhor caminho", diz o presidente da FPF, Hélio Cury.

Por enquanto, não há um prazo para que isso ocorra. Alguns obstáculos têm de ser vencidos, como tecnologia e treinamento. E eles têm um custo que precisa ser programado pelas duas partes e que ainda não está disponível.

"Não tem como não falar da necessidade de um melhor aparelhamento e de uma melhor qualificação dos membros. Isso vai ocorrer. Existe essa vontade por parte da Federação e vamos fazer dentro do possível", acrescenta Gradela Filho.