Opinião
Falta equilíbrio defensivo
Gustavo Ribeiro, repórter
Ainda é cedo para dizer que o Atlético tem condições de brigar de igual para igual com o Coritiba no Estadual. Seria temeroso fazer tal afirmação, ainda mais tratando-se de um time em formação, que vive à mercê de insights de Juan Ramón Carrasco. O treinador, aliás, tem cumprido o time ofensivo que prometeu, só que está longe de encontrar equilíbrio na defesa.
E é exatamente o setor defensivo que pode pesar contra o Rubro-Negro na esperança de chegar empatado com o rival no Atletiba da 10ª rodada. Muito permissivo, contou com a sorte e com a deficiência ofensiva de Londrina, Operário e Rio Branco. Carrasco precisa olhar para trás da mesma forma que pensa o ataque. Caso contrário, pode ser tarde.
Apesar disso, o técnico uruguaio tem surpreendido. Era difícil imaginar, mesmo em um campeonato tecnicamente ruim, que o combalido Furacão largaria com três vitórias. Carrasco ganhou crédito.
O desafio dele é manter essa confiança, inclusive da torcida, impondo limites. Nele mesmo.
Adeus, Nillo
O Atlético enfrentou o Rio Branco ontem de luto. Por isso, entrou em campo com o terceiro uniforme, todo preto, como forma de homenagem a Nillo Biazzetto, ídolo atleticano que entrou para a história do clube como capitão do Furacão de 1949. O Capitão Furacão faleceu na última sexta-feira, aos 89 anos, vítima de câncer no sistema linfático. Ele ainda foi lembrado na entrada dos atletas do Atlético, que carregaram uma faixa em agradecimento ao ex-jogador. Além disso, as camisas de todo o elenco estampavam o nome de Nillo nas costas, acima do número.
Sob os olhos do presidente Mario Celso Petraglia, que se misturou com a torcida e teve de suportar um calor de mais de 35ºC graus nas arquibancadas do Gigante do Itiberê, em Paranaguá, o Atlético encaixou a terceira vitória no Campeonato Paranaense. O triunfo sobre o Rio Branco, por 2 a 0, mantém a equipe dividindo a liderança da competição com Coritiba e Cianorte, todos com 9 pontos o Rubro-Negro só perde nos critérios de desempate.
O Furacão, aliás, não sabia o que era largar no Estadual com três vitórias consecutivas desde 2008, ano em que encaixou 12 resultados positivos em sequência no final, porém, viu o Alviverde sagrar-se campeão. Com apenas uma contratação confirmada e um time repleto de jovens, nem o torcedor atleticano imaginaria que o início da temporada seria dessa forma.
As vitórias não rendem apenas os pontos que entram na conta do Furacão, mas, principalmente, a motivação que se espalha pelo CT do Caju, ainda na tentativa de apagar o péssimo 2011.
"Cumprimos quase um mês de trabalho à frente do Atlético e as vitórias nos dão confiança e solidez para seguir crescendo. A equipe vai se encontrando aos poucos e nos traz mais certeza no que estamos fazendo", disse o técnico Juan Ramón Carrasco.
O treinador, que teve o seu nome gritado pelos torcedores em Paranaguá ao final da partida, comenta que o time pode evoluir no campeonato. "Como falei quando cheguei, só as vitórias vão dar a injeção de credibilidade à equipe. De partida em partida, vai ficando mais sólido e com melhor distribuição em campo", apontou.
Carrasco comemorou o fato de não ter tido a meta vazada no Paranaense, mas reclamou da falta de objetividade do ataque, que cria oportunidades, mas não as transforma em gols. "Falta mais contundência nas várias vezes que chegamos ao ataque. Pouco a pouco, quando a equipe encontrar uma melhor transição e mais rapidez, quem sabe poderemos ganhar com mais vantagem", fechou.
O setor defensivo, que goza de moral com o comandante, entretanto, admite que o Atlético ainda sofre muitos riscos durante os jogos e que alguns detalhes precisam ser corrigidos para manter a defesa zerada. "Não tomar gol é sempre bom, mas eles [Rio Branco] criaram oportunidades. Se fossem um time um pouco mais qualificado, poderíamos ter tomado gols", alertou o zagueiro Gustavo.
Depois de duas partidas fora de casa três longe de Curitiba, já que jogou a primeira como mandante em Ponta Grossa , o Atlético volta a atuar na capital, na quarta-feira, às 17 h, contra o Roma. O jogo será no Ecoestádio, a segunda "casa" temporária do Furacão no ano.
Bruno Furlan admite jogar improvisado
O sistema tático de Juan Ramón Carrasco, que privilegia os atacantes, chegou a deixar quatro jogadores de frente no segundo tempo, com Marcelo, Ricardinho, Bruno Mineiro e Bruno Furlan.
Bom para o jovem Furlan, 19 anos, que entrou no intervalo do jogo no lugar de Marcinho e aproveitou a oportunidade dada pelo treinador para marcar o gol que fechou a vitória sobre o Rio Branco. Foi a primeira partida dele neste Paranaense.
Apesar do tento, o jogador não escondeu que tem ficado um pouco confuso sob as ordens de Carrasco, principalmente por atuar em posições nas quais não tem intimidade. O negócio dele, diz, é jogar na frente, buscando o gol.
"Sou jogador de ataque e entrei para jogar no meio. O professor tem me improvisado na lateral esquerda nos treinamentos. Mas não tem problema, o importante é ajudar o Atlético", comentou.
Ele despontou no Rubro-Negro em 2010, na Copa São Paulo, mas não conseguiu se firmar no time profissional. Foi parar na Bielorrússia, emprestado ao Dínamo de Minsk no ano passado, e retornou no início da temporada ao CT do Caju. A partir de agora, não quer deixar a oportunidade escapar novamente.
"A minha volta tem sido muito boa. Venho treinando bastante e não importa se entrar durante os jogos ou ser titular. Eu quero mesmo é estar jogando", fechou o atleta, que a exemplo do treinador, teve o nome gritado pelos torcedores após a partida.
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