O desafio do ex-zagueiro do Coritiba e atual técnico do Operário, Antônio Picoli, no Campeonato Paranaense será imenso: conduzir o Fantasma à conquista do bicampeonato estadual. “O maior adversário do Operário será o próprio Operário”, reconhece Picoli, que chegou a Ponta Grossa em outubro de 2015 para substituir Itamar Schülle, agora no Botafogo-PB.
Foi o próprio Schülle quem indicou o nome de Picoli para a diretoria. Antes de comandar o Operário, o ex-defensor iniciou como técnico no Juventude e passou ainda por Caxias e Ferroviária. “Pertenço à nova escola gaúcha. Exigimos um time com pegada, mas que também coloque a bola no chão”, explica o técnico, que não esconde a ansiedade em reencontrar o Coxa.
Confira a entrevista com Picoli:
Você chega ao Operário com o desafio de comandar o atual campeão paranaense. Essa pressão é benéfica ou pode atrapalhar?
Realmente é um desafio. Me senti honrado em vir treinar o campeão paranaense. Chego com a consciência de que a pressão por um bom trabalho existe. Mas, se a administrarmos bem internamente, ela pode ser benéfica. Muito melhor ser pressionado para obter um bom objetivo do que ter de fugir de algo ruim.
Como será substituir o Itamar Schülle que, além do título estadual, conduziu o Fantasma em uma boa campanha na última Série D?
Foi o próprio Itamar que recomendou o meu nome à diretoria. Somos amigos há muito tempo e, por causa disso, eu já tinha um certo relacionamento com o Operário, pois sempre trocamos informações. Vamos brigar pelo título, mas também com o foco na Série D. O torcedor tem consciência das prioridades do clube.
O presidente do Operário, Laurival Pontarollo, confia que o elenco de 2016 poderá superar em qualidade o time campeão em 2015. Você concorda?
Em minha opinião, o melhor é quem já escreveu a história. Quem já foi campeão é melhor. Temos um grupo novo e reformulado, estamos recebendo a oportunidade de realizar um grande trabalho. Qualidade o grupo tem. Agora tem de levar isso para dentro do campo. Sem resultado, não adianta nada.
Você teve uma passagem como jogador do Coritiba, entre 2000 e 2002. Quais as lembranças mais fortes que guarda desse período?
Vivi no Coritiba um período de muitas incertezas. Cheguei após ser o capitão do Juventude em uma Libertadores, para substituir o Luiz Carlos, que era o capitão do Coxa e estava de saída. Mas ele acabou não saindo. Precisei ter muito equilíbrio nesse momento, além de lutar com uma lesão séria. Dentro de campo, foi marcante a final da Copa Sul-Minas contra o Cruzeiro, em 2001, e a nossa campanha na Copa do Brasil daquele ano, quando alcançamos a semifinal. Além dos Atletibas, é claro, todos especiais.
Está preparado para reencontrar o Coxa, agora na condição de “inimigo”?
Talvez hoje o torcedor do Coritiba lembre apenas vagamente do Picoli, talvez lembre com uma certa distância. Mas vou me sentir muito bem enfrentando o Coritiba. Foi algo planejado trabalhar no estado do Paraná. E retornar defendendo o time campeão é melhor ainda. Vou me sentir muito bem enfrentando as equipes da capital. Voltar ao Couto Pereira é sempre um prazer.
Você iniciou sua carreira de treinador no Rio Grande do Sul. Algum técnico em especial te inspira? Qual o estilo de time que gosta de montar?
Apesar de ter como base a escola gaúcha, caminho para uma linha parecida à do Roger Machado [treinador do Grêmio]. Fugimos um pouco daquela imagem de pura força. Tem de ter organização tática e bola no chão, aliadas à pegada gaúcha, que é tradicional e não pode faltar. Tenho orgulho de pertencer a esta escola.
O Operário contratou jogadores experientes, como o lateral-direito Alessandro, ex-Atlético. Você chegou a enfrentá-lo nos tempos de jogador. Qual será a importância dele para o grupo?
O Alessandro nos traz mais experiência, gosto de trabalhar com grupos ‘cascudos’. É um jogador que não se intimida e que também vai acrescentar fora de campo, outro componente importante. Temos um grupo que competirá internamente. O maior adversário do Operário será o próprio Operário, porque nosso parâmetro é a campanha do título do ano passado, o que pode ser cruel, se não tivermos o controle correto.
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