O Campeonato Paranaense começa neste fim de semana com partidas sábado (30) e domingo (31). É a 102.ª edição da competição que fomentou o futebol do estado, criou uma identidade local e, ao longo dos mais de 100 anos de bola rolando, revelou uma série de personagens característicos.
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Em 2016 não é diferente. Confira abaixo as figuras típicas do Estadual, algumas clássicas, outras que são novidade, todas responsáveis por preservar o charme e a graça da competição com a marca do Paraná.
Intermináveis
Alguns jogadores parecem estar há décadas participando do Paranaense. Aparecem todo ano, atuando pelos mais diversos clubes. O campeão de rodagem é o meia Safira, 32 anos, desde 2014 no Foz do Iguaçu. Anderson Pellegrini Safira já jogou no Engenheiro Beltrão (duas vezes), Cianorte, Roma Apucarana (duas vezes), J. Malucelli (três vezes), Toledo (duas vezes), Maringá e Arapongas.
“Conheço bem o campeonato e espero jogar muitas vezes ainda”, diz o atleta, que terá ao seu lado o irmão Alisson, de 20 anos. Outro jogador de larga quilometragem no Estadual é o meia Thiago Henrique, de 33 anos. O jogador apareceu no Paranavaí, passou pelo Atlético e atualmente está no Maringá – defendeu ainda outros sete times. Pequi, 30 anos, atacante do Foz, e Thiago Spice, também 30, defensor do PSTC, estão na quinta camisa.
Bandoleiros
O J. Malucelli é uma espécie de porto seguro para jogadores de nível intermediário do Paranaense – atletas que não têm mais chance em Atlético, Coritiba e Paraná e são caros para as equipes do interior. O clube é de Curitiba, paga em dia, tem boa estrutura e não sofre pressão de torcida. E caso o time não alcance a Série D, no segundo semestre eles procuram outro lugar pra jogar – e ano que vem voltam.
Desta vez, o Jotinha conta com sete boleiros com passagens pelo trio da capital: Alex Fraga (Atlético); Camargo e Vandinho (Paraná); Leandro Silva e Rodrigo Café (Coritiba) e Diego Alemão e Dinélson (Coritiba e Paraná). “Minha filha [Ana Beatriz] nasceu há uma semana, minha esposa é de Curitiba, e eu queria tranquilidade para trabalhar e dar a volta por cima”, conta o meia Dinélson.
Gringos
A forte concorrência do futebol obrigou os boleiros a rodar o mundo em busca de uma oportunidade. E, com o passar do tempo, o Paranaense recebe cada vez mais atletas estrangeiros, das mais diversas nacionalidades. O Operário manteve para 2016 o zagueiro uruguaio Juan Sosa e o PSTC tem o defensor japonês Itsuki Urata. O Cascavel é a mais internacional das equipes da competição. Conta com os atacantes Kanu, nigeriano, e Patrick, camaronês, além do técnico Charles Gbeke, nascido na Costa do Marfim e naturalizado canadense.
“Nós somos fãs do futebol brasileiro, da cultura brasileira. E temos fácil adaptação no Brasil. O Paranaense é um campeonato forte e atraente, boa porta de entrada para os jogadores e uma vitrine interessante”, afirma Gbeke.
Craques
Diversos craques, alguns estrangeiros, estarão em ação pelos gramados do Paranaense – entretanto, são apenas homônimos de atletas consagrados. O Foz do Iguaçu, por exemplo, conta com Chilavert, mas não é o goleiro paraguaio, mas sim um zagueiro de 19 anos. O Toledo, por sua vez, tem Asprilla e Anelka, que não são nem o colombiano, nem o francês, respectivamente. Já o Londrina dispõe de uma dupla campeã mundial pelo Brasil em 1994, Raí e Romário. Xará do zagueiro do PSG, Thiago Silva é meia-cancha e atua no Operário.
“O nome surgiu quando eu ainda estava na base do Remo, em 2003. Fiz um gol parecido com o do Anelka, que jogava pelo Real Madrid. Pegou e ficou até hoje. Só meus familiares me chamam de Murilo”, conta Anelka, 31 anos, zagueiro do Toledo.
Apelidados
As competições de elite – a Primeira Divisão do Brasileiro, por exemplo – cada vez menos “permitem” o aparecimento de jogadores com apelidos. Para atuar em “alto nível” é preciso ter nome, de preferência duplo, e sobrenome. No Paranaense, não. Ainda é possível ver uma equipe formada com Makelele, Índio, Caxambu, Lucão e Chimba, como o PSTC. O Londrina tem Bidia e Maracás. E Anderson Bartola defende o Maringá.
Há também diversos nomes “diferentes”. Casos de Lorran, Tayron, Fauver e Derickson, do PSTC; Davit e Sorbara, do Cascavel; Getterson, do J. Malucelli; e Felipe Virgulino, do Toledo.
“É só uma coincidência tantos nomes e apelidos estranhos. Mas vai que dá sorte para o nosso time?”, comenta Mario Iramina, presidente do PSTC, clube novato na elite.
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