Desejo de clubes do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a realização da Copa Sul-Minas em 2016 corre risco de não acontecer. Na última reunião de diretoria, a CBF se posicionou sobre o assunto e avisou que o torneio só vai sair do papel se todas as federações estiverem de acordo com a realização.
Oito clubes e a federação catarinense, comandada por Delfim Peixoto, oposicionista de Marco Polo Del Nero, lideram a organização da competição, que já tem até regulamento sendo elaborado.
Um novo encontro do grupo de clubes acontecerá nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, na sede do Flamengo, mas ainda nenhuma proposta oficial foi levada para a cúpula do futebol brasileiro.
“Na última reunião de diretoria, eu puxei esse assunto e o Marco Polo Del Nero disse que só vai sair a Copa se todas as federações tiverem acordo com ela. Vamos ver o que acontece”, afirmou Delfim Peixoto à reportagem. “Com esse critério, claro, a chance fica muito menor de ter o campeonato. Mas em que lugar está escrito que tem de ter o apoio das federações?”, completou.
O artigo 20 da Lei Pelé garante aos clubes o direito de organizar uma liga. “As entidades de prática desportiva participantes de competições do Sistema Nacional do Desporto poderão organizar ligas regionais ou nacionais”, diz o texto.
O estatuto da CBF, porém, determina que “ligas nacionais podem ser admitidas em caráter precário sempre subordinadas à CBF”.
A reportagem apurou que os clubes não pretendem entrar em uma disputa jurídica com a CBF para realizar o torneio. A ideia dos dirigentes é que a entidade liberasse a organização da competição.
Apesar de ser “Sul-Minas”, a competição tem sido pensada para contar com Flamengo e Fluminense, que vivem uma guerra com a federação carioca.
Além da dupla do Rio, participariam Grêmio e Internacional, do Rio Grande do Sul, Figueirense e Criciúma, de Santa Catarina, Atlético e Coritiba, do Paraná, e Atlético-MG e Cruzeiro, de Minas Gerais. Para justificar a presença específica desses clubes, os organizadores do torneio se apoiam no ranking da CBF.
A Copa aconteceria nos primeiros meses do ano, paralelamente aos estaduais. É justamente isso que deve gerar resistência das federações. Flamengo e Fluminense, por exemplo, pensam em alternativas para o Carioca, como usar as suas categorias do sub-20, por exemplo.
Procuradas, as federações de Minas e do Rio falaram que não vão se posicionar ainda. A do Paraná, presidida por Helio Cury, que já teve desavenças com Delfim Peixoto, disse que não é contra a competição, mas sim à forma que está sendo organizada.
“Não tenho nada contra o torneio. Mas da maneira que isso está sendo feito, passando por cima das federações, sem falar com ninguém, fica impossível apoiar”, declarou Cury, em contato com a reportagem.
A Federação do Rio Grande do Sul, por outro lado, já se manifestou contrária à realização do torneio, por conta do calendário apertado.
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