“A relação de receitas e gastos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é uma fotografia do fracasso do futebol brasileiro”. Com essa frase o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi explica um estudo de sua autoria, em que fica claro: quanto mais a entidade ganha, menos ela gasta com futebol.
Segundo o trabalho, nos últimos 12 anos, desde que o Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do Mundo, a CBF praticamente quintuplicou a sua receita, pulando de R$ 110 milhões recebidos em 2003 para R$ 540 milhões em 2014. Se for somado só o lucro da entidade durante todo esse período, são mais de R$ 420 milhões limpos no caixa da entidade.
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Leia a matéria completaPor outro lado, nesses 12 anos, o gasto com salários e despesas administrativas passou de 37% para 57% da receita, enquanto o dinheiro investido em futebol profissional e amador caiu de 61% para 17%. Se somar tudo o que a CBF ganhou desde 2003, apenas 27% foi gasto com futebol.
“A CBF não investe pesado no futebol, mas em si mesma “, lamenta Somoggi. “Tem que zerar e começar de novo. Essas pessoas que lá estão nunca fizeram nada pelo futebol brasileiro”, critica.
Um dos mais criticados pelo pesquisador é o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero. Investigado por suspeita de corrupção.
“Pelo que dizem, dependendo do que aconteça na CPI, ele pode sair até preso”, admite Somoggi, que não poupa de críticas a própria investigação parlamentar. “Como toda CPI que já investigou o futebol, pouca coisa deve mudar. Fica mais para inglês ver”, lamenta.
Na última rodada do Brasileiro os jogadores profissionais também demonstraram insatisfação, pedindo a saída de Del Nero. No protesto, na maioria dos jogos os atletas tocaram inicialmente na bola sem interesse, retardando um pouco o início real das partidas. Na terça-feira (15) um protesto foi feiro em frente a sede da CBF.
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