A CBF vai defender nesta sexta (19) a punição de apenas uma partida para o atacante Neymar na Copa América. O documento de defesa enviado ao Tribunal da Conmebol vai se basear na tese jurídica do “quantum satis”, quanto suficiente, para o jogador do Barcelona.
Neymar foi expulso na quarta (18) logo após o encerramento da derrota para a Colômbia, por 1 a 0, em Santiago. O jogador foi o pivô de de uma confusão no campo. Ele tentou dar uma cabeçada num adversário e trocou empurrões com os colombianos. Antes, ele já havia recebido o cartão amarelo, o seu segundo no torneio, e teria que cumprir suspensão automática.
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O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, vai alegar que uma punição superior a uma partida seria muito dura com Neymar e afirma que o regulamento da competição é omisso ao tratar sobre a suspensão automática por amarelo no mesmo jogo que o atleta recebe o vermelho.
O caso será julgado provavelmente no sábado (20) pelo tribunal.
“A suspensão por uma partida é mais que suficiente para sancionar o Neymar pela falta que praticou. Qualquer outra coisa é demais para um atleta que é caçado em campo”, disse o dirigente.
Lopes culpou o “fraco nível da arbitragem” pela expulsão do jogador. “Ele recebe falta de todas as formas em campo. Quando dá um lençol, o juiz o adverte após marcar a falta. O bandeira ficou chamando o Neymar de piscineiro, segundo o próprio jogador e a comissão técnica. Isso o desestabilizou”, afirmou.
Apesar da CBF alegar omissão no artigo, especialistas em direito esportivo acreditam que Neymar terá que ser punido com, no mínimo, duas partidas. O texto do regulamento diz que “se um jogador é culpado de conduta antidesportiva grave e é expulso do terreno de jogo [cartão vermelho direto], toda advertência que tiver recebido previamente no curso da mesma partida manterá sua vigência.”
Os organizadores da Copa América mudaram de opinião durante o dia sobre a punição preventiva imposta a Neymar. No início da manhã, o site do torneio informava que o atacante brasileiro estava suspenso preventivamente por duas partidas. Horas depois, a informação foi alterada. Os organizadores disseram que Neymar estava fora apenas de uma partida.
A tese da CBF ganhou força na Comissão Disciplinar da Conmebol. O presidente do órgão, o brasileiro Caio Rocha, acredita que Neymar deve ser punido por apenas um jogo.
“Em tese, ele pode ser suspenso apenas uma partida. O regulamento não deixa claro se o amarelo recebido na partida de ontem, o seu segundo no torneio, é mantido. Caso o tribunal entenda que o amarelo é anulado pelo vermelho, a suspensão automática cai e o Neymar poderá ser punido com apenas um jogo pela expulsão’, disse Rocha. Ele também é presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Rocha não vai participar do julgamento. Pelas regras do tribunal, ele não pode julgar casos envolvendo atletas brasileiros.
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