Após dez dias de pausa a bola vai voltar a rolar no Brasileirão das Séries A e B. Nesta quarta-feira (14), o Atlético recebe o Cruzeiro, na Baixada, e o Coritiba visita o Joinville, na Arena Joinville. Já o Tricolor volta a campo na sexta-feira (16), diante do Vitória, fora de casa.
Os colunistas da Gazeta do Povo, Carneiro Neto, Edson Militão e Luiz Augusto Xavier analisam o que podemos esperar da estreia de Cristóvão Borges no Furacão, quem deve levar a melhor na disputa entre Bruno e Vaná pela vaga deixada pelo suspenso Wilson na meta do Coxa e citam quais peças do elenco do Tricolor podem formar a base da equipe em 2016.
Com o titular Wilson suspenso, quem deve assumir o gol do Coritiba na partida contra o Joinville: Vaná ou Bruno?
Carneiro Neto
O Bruno é mais experiente e é a melhor alternativa. O Wilson vem sendo um dos melhores jogadores do time, indiscutivelmente é uma ausência que deve preocupar o técnico Ney Franco. Mas, como a partida é fora de casa, o Ney deverá guarnecer melhor o sistema defensivo, que não foi bem contra o Atlético-MG. Ele precisa corrigir o posicionamento da defesa para que esta fique mais consistente.
Edson Militão
Qualidade técnica os dois têm a mesma. Eu escolheria o Vaná para ele recuperar-se de uma cobrança muito dura que ele teve na final do Paranaense. Aquela final foi muito dura e a culpa não foi dele, foi de todo o time. Já teve a reabilitação contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil, mas a presença do Vaná acredito que seja uma questão de merecimento, de respeito, uma forma de a torcida que for a Joinville acolher o Vaná de novo.
Luiz Augusto Xavier
O Bruno quando entrou mostrou mais regularidade. Não sei se o Vaná foi afetado pelas partidas finais do Paranaense, mas não demonstrou depois a mesma segurança do Estadual. O Bruno, até por apresentar um lado mais frio, poderia ser o cara.
O que esperar da estreia do técnico Cristóvão Borges após uma semana de treinos no Atlético?
O Cristóvão terá dificuldades. Fundamentalmente, ele precisa fazer o Atlético voltar a vencer dentro de casa. Se conseguir isso, fica numa situação confortável. Mas aquele brilho técnico que o time demonstrou no início do Brasileirão acho difícil que se repita. É difícil fazer uma análise do Atlético porque o clube não tem planejamento nenhum. É o quarto técnico efetivado em dez meses, fora os interinos. Na reta final da temporada os jogadores estão cansados porque o clube fez uma péssima pré-temporada na loucura de ir para a Espanha.
Edson Militão
Não dá para cobrar uma mudança radical de técnica, só de ânimo, o que ocorre em qualquer time que muda o técnico. O Atlético é um time limitado individualmente, não dá para esperar muita coisa, mas com certeza vai ser melhor. Porém, treino é treino e jogo é jogo. Apesar de ter treinado dez dias, tem que ver o desempenho na partida.
Luiz Augusto Xavier
A gente não sabe o que está acontecendo lá dentro. Mas dá para esperar uma equipe mais unida com o fato novo. O Cristóvão é identificado com o clube, sempre disse isso quando foi entrevistado aqui. E o jogador tende a jogar mais para mostrar serviço. Não sabemos que esquema tático ele pode escolher, mas a tendência é de que seja mais cauteloso, é a linha de ação dele normalmente. Tem que ver se o Atlético se adapta a isso.
Dá para aproveitar a base da atual equipe do Paraná para a temporada de 2016?
Carneiro Neto
Antes de falar de time, o Paraná tem de saber como vai se comportar em 2016. O clube tem muitas frentes de incerteza. O próprio estádio é uma delas. O Paraná não sabe até quando fica na Vila Capanema e enfrenta outra questão judicial na Vila Olímpica do Boqueirão. É como se existisse uma empresa que não sabe sequer onde vai ser a sede da sua fábrica querer discutir planejamento. O futebol do Paraná está prejudicado por isso. Antes tem de arrumar a casa, saber onde vai morar. Enquanto não resolver essas questões é um despropósito falar de futebol no Paraná.
Edson Militão
Absolutamente, não. Que base o Paraná formou no ano? Foi uma rotatividade absurda. Não teve base. Para outra temporada tem que começar do zero. Não se aproveita nada dessa loucura que foi 2015. Acredito que não exista base para o ano que vem.
Luiz Augusto Xavier
Acho que dá. Pela primeira vez nesses últimos anos o Paraná tem condições de começar um ano sem ter que montar um time inteiro. Tem bons jogadores para formar pelo menos o embrião do time do ano que vem, como o zagueiro Luís Felipe, o lateral esquerdo Rafael Carioca, os volantes Éder e Ricardinho e o meia Rafael Costa.
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