Com a eliminação do Paraná do Campeonato Paranaense, os comentaristas da Gazeta do Povo, Carneiro Neto, Leonardo Mendes Júnior e Luiz Augusto Xavier, traçam uma perspectiva de como pode ser o ano do Tricolor na Série B, com base no elenco que terminou o Estadual e na realidade financeira do clube.
O Paraná deixa o Estadual com uma base montada para a formação do time para a Série B?
Não tem base. O time tem deficiências, limitações, e isso ficou evidente no curso do campeonato. E provavelmente ainda perca jogadores, caso do Ricardinho, o que agrava ainda mais a situação.
O Paraná tem quatro jogadores que podem ser titulares: Marcos, Lúcio Flávio, Ricardinho e Ricardo Conceição. Carlinhos, Cleiton e Rossi podem ser reservas. Fora isso, se quiser subir, precisa trazer um time novo. Sete para serem titulares e pelo menos cinco para a rotação. Além de um técnico novo. Não creio que dê para chamar de base montada.
Há jogadores interessantes aí, mas não dá para considerar como uma base. Desse grupo, se o Paraná quiser algo a mais, precisaria manter só quatro ou cinco e trocar o resto. Uns são muito novos, outros não têm qualidade suficiente, então, se o time não quiser apenas participar, precisa de mais peças de bom nível. Precisa qualificar o elenco, porque o time que está aí não passa do meio da tabela na Série B.
O que a diretoria precisa fazer para colocar um time competitivo na briga pelo acesso?
O Paraná tem de ser repensado, ele está com problemas que vão além do time de futebol. A instituição tem de ter um planejamento de curto, médio e longo. A curto prazo, precisa fazer um time e tentar disputar com dignidade a Série B. A médio, precisa sanear as finanças e buscar uma viabilidade financeira. A longo prazo, precisa voltar a ser um clube dinâmico, com perspectivas. O Paraná está estagnado há tempos e o reflexo disso aparece no campo. Quando um clube não funciona na parte institucional, administrativa e financeira, acaba refletindo no time, que não apresenta resultado.
Convencer quem está por vir de que receberá em dia. Isso vai atrair bons jogadores – dentro da qualidade que é possível ter na Série B. E, claro, efetivamente pagar em dia.
Ser competitivo vai depender desse grupo que assumiu. Se confirmarem o que prometeram e deixarem as finanças em dia, já é um começo. O histórico recente mostra isso. O Paraná sempre começa bem, ali pelo meio do campeonato acaba o dinheiro e o time cai por consequência disso. Manter os salários em dia já é um passo positivo, porque ninguém tem prazer de trabalhar, encarar o dia a dia de rotina, sem dinheiro. Os fatores extracampo influenciam muito.
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