Com um jogador a menos desde o fim do primeiro tempo, o Corinthians conquistou na noite desta quarta-feira uma daquelas vitórias para o torcedor se orgulhar e colocar entre os jogos mais marcantes da centenária história contra o Palmeiras. Taticamente, o jogo foi fraquíssimo no Itaquerão, mas não faltou emoção, muito graças a um erro grosseiro do trio de arbitragem e da estrela de Jô, o garoto do terrão que deixou o banco de reservas para garantir a festa dos corintianos, pelo placar de 1 a 0, em jogo válido pela quinta rodada do Paulistão.
O clássico tinha tudo para ficar marcado pelo erro grosseiro do árbitro Thiago Duarte Peixoto, mas Jô tratou de fazer justiça e fez com que, no pouco de futebol protagonizado pelas duas equipes, vencesse quem mostrou um pouco mais.
TABELA: Confira a classificação do Paulistão
Antes da alegria corintiana e decepção alviverde, a polêmica. Aos 45 minutos do primeiro tempo. Thiago Duarte Peixoto, conhecido por se envolver em diversas polêmicas ao longo da carreira – Atlético, Vasco e São Paulo já protestaram contra ele –, viu Gabriel puxar Keno e lhe deu o segundo cartão amarelo erroneamente. Quem estava no lance era Maycon. Revolta geral no estádio, desentendimento entre dirigentes e jogadores e o clima era de muita tensão na saída para o intervalo.
Precavido, o técnico Eduardo Baptista tirou Raphael Veiga para o segundo tempo e, pouco depois, Felipe Melo. Ambos haviam recebido cartão amarelo na etapa inicial e o treinador sabia que o árbitro poderia tentar compensar o erro.
Claramente nervosos, talvez pela desconfiança que rondava as equipes, o que se viu no Itaquerão foi um show de pancadaria, discussões e um clima de muita tensão no ar do início ao fim.
Taticamente, o que mais chamou a atenção foi a marcação sob pressão do Corinthians, que pegou o Palmeiras de surpresa. O time alvinegro foi melhor no primeiro tempo, mesmo sem conseguir uma grande oportunidade de abrir o placar. Na segunda etapa, sem seu principal marcador, o time da casa se fechou e só a equipe alviverde jogou.
Ainda com o árbitro engasgado, os corintianos jogaram contra o relógio e esperaram para garantir pelo menos um empate, mas brilhou a estrela de Jô. Ele havia acabado de entrar no lugar de Kazim. Maycon aproveitou erro de Guerra, tocou para o atacante, que bateu na saída de Prass e fez o estádio “explodir” novamente.
Desta vez, não por raiva contra o árbitro, mas sim pela alegria de ver que mesmo, com o erro da arbitragem, a equipe alvinegra deixou de lado o sentimento de injustiça e correu atrás do resultado. E saiu dos pés de Jô, justamente aquele que foi vaiado constantemente nos últimos jogos.
No fim, o técnico Fábio Carille passou pelo primeiro grande teste no comando do Corinthians e respira aliviado. Ao contrário de Eduardo Baptista, que será ainda mais cobrado por perder para o rival com um jogador a mais.
O triunfo fez o Corinthians abrir ainda mais vantagem na liderança do Grupo A do Paulistão, agora com 12 pontos - em segundo, o Ituano tem oito. Apesar da derrota, o Palmeiras segue na ponta do Grupo C, com nove pontos, enquanto Novorizontino e Santo André têm seis pontos cada.
FICHA TÉCNICA:
Corinthians
Cássio; Fágner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel; Romero (Paulo Roberto), Maycon, Rodriguinho e Léo Jabá (Moisés); Kazim (Jô). Técnico: Fábio Carille.
Palmeiras
Fernando Prass; Jean, Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo (Thiago Santos); Keno, Michel Bastos, Raphael Veiga (Guerra) e Dudu; Willian (Alecsandro). Técnico: Eduardo Baptista.
Árbitro: Thiago Duarte Peixoto.
Gol: Jô (C), aos 42/2º.
Amarelos: Felipe Melo, Raphael Veiga, Jean, Vitor Hugo e Alecsandro (P), Jô (C)
Vermelho: Gabriel (C), aos 45/1º
Renda: R$ 1.535.887,00.
Público: 30.727 pagantes.
Estádio: Itaquerão, em São Paulo (SP).
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