Trazido novamente à tona no início de setembro pelo vice-presidente Alceni Guerra, o sonho de o Coritiba erguer um estádio novo também esteve em pauta no início da gestão do presidente Rogério Bacellar. Em janeiro, dirigentes do Coxa e do Paraná se reuniram na prefeitura de Curitiba para conversar sobre uma arena compartilhada para 40 mil pessoas no terreno do Estádio Pinheirão, no bairro Tarumã.
ENQUETE: Novo Couto, outro estádio, Arena Paratiba ou Arena trio de ferro? O que é melhor?
As tratativas, porém, nunca saíram de um projeto embrionário – especialmente por falta de viabilidade financeira.
Principal interessado no negócio, o Tricolor foi quem articulou a reunião com o secretário municipal de governo, Ricardo Mac Donald, para tratar do tema. Os paranistas entrariam com o valor da indenização referente ao processo da Vila Capanema com a União, enquanto os coxas-brancas investiriam o montante arrecadado com a venda do Couto Pereira.
“Foi colocado na mesa e ventilou-se a possibilidade”, confirma o ex-vice-presidende de futebol do Paraná, Celso Bittencourt, que compareceu ao encontro junto do então presidente Rubens Bohlen. Pelo Coritiba, compareceram o presidente Rogério Bacellar e o vice André Macias – atualmente licenciado.
Na sequência, o empresário do setor atacadista João Destro, que arrematou o terreno do Pinheirão em 2012, por R$ 57,5 milhões, seria contactado. A Federação Paranaense de Futebol (FPF) vendeu o Pinheirão em leilão para quitar dívidas com a União, mais especificamente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Seria um estádio com teatro, cinema. Uma ideia que envolveria governo estadual, prefeitura, Paraná e Coritiba. Além do dono do terreno, João Destro, com quem ficaram de fazer contato”, afirma Bittencourt, que deixou a diretoria paranista em abril, após renúncia de Bohlen e a ascensão do grupo ‘Paranistas do Bem’.
Procurado pela reportagem, Destro disse que tomou conhecimento da intenção dos clubes. No entanto, afirma que não houve nada além de especulação.
“Foi uma conversa aleatória [através de um interlocutor], nada aprofundado. Teria de haver uma prévia do projeto para eu saber o que estavam pretendendo”, explica o empresário.
De acordo com Bacellar, a ideia acabou mesmo na primeira reunião. “Foi falta de tempo mesmo, tanto da prefeitura quanto da gente. A diretoria do Paraná também mudou, ficamos de ver a viabilidade, mas a segunda reunião não aconteceu. Agora nossa intenção é tentar viabilizar um estádio novo ou a reforma do Couto”, enfatiza o dirigente alviverde, que não vê a construção de um novo estádio como prioridade, apesar de ele sempre reaparecer nos bastidores alviverdes.
“Talvez a solução fosse anterior ao leilão do Pinheirão. Os três clubes poderiam ter arrematado e feito um estádio conjunto. Mas agora não vejo estádio único. Eles têm o deles, nós o nosso”, completa.