Na saída do gramado, ontem, na Vila Capanema, o meia Alex exibiu um pouco mais de sua habitual franqueza. Questionado sobre o seu rendimento no retorno ao Coritiba até o momento, o Menino de Ouro mostrou-se bastante insatisfeito.
"Não joguei nada do que eu posso jogar ainda. Estou muito abaixo do meu rendimento normal", declarou o camisa 10 coxa-branca.
Segundo o jogador, a melhora da parte técnica tende a acontecer com o decorrer das partidas. "Fiquei quatro meses sem jogar [desde que deixou o Fenerbahçe, da Turquia, onde atuou por seis anos]. Isso pesa", afirma.
O torcedor alviverde, claro, não vê a hora de Alex marcar. No Paratiba de ontem à tarde, ele esteve muito próximo disso. Já na etapa final, arrancou pelo centro do gramado e disparou com força. A bola acabou se chocando com o travessão do goleiro Luís Carlos.
Ao término do confronto, o goleiro paranista até perdeu a compostura ao lembrar do lance perigoso. "Não cheguei a tocar na bola. O Alex é f...", declarou o camisa 1.
A bomba de longa distância foi um dos melhores momentos do Coxa na partida. E surgiu, em parte, de uma modificação tática do técnico Marquinhos Santos. "No primeiro tempo o Alex estava jogando de costas, bem marcado pelo Zé Luis. Depois do intervalo recuei pra ele atuar mais de frente para o gol, criando as jogadas", analisou.
A sinceridade de Alex quanto ao seu desempenho, no entanto, deve ser relativizada. Afinal, do ponto de vista físico, o meia-cancha pode considerar-se aprovado até então. Contando com o amistoso de reestreia diante do Deportivo Colón, foram três partidas realizadas em somente uma semana.
Além do empate por 1 a 1 com os argentinos que dentro de campo não teve nada de jogo festivo ele atuou na vitória sobre o J. Malucelli (1 a 0), na quarta-feira, e no clássico de ontem à tarde.
Com um detalhe importante, em nenhum dos três compromissos Alex foi substituído, alcançando mais de 270 minutos correndo atrás da bola, considerando os descontos. Assiduidade considerável para um jogador de 35 anos e avalizada pelo departamento de fisiologia do Alviverde.
De acordo com Raul Osiecki, titular do setor no CT da Graciosa, o meia tem desempenho de um atleta de 29 a 30 anos. Contribui também o fato de nunca ter tido uma lesão grave.
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