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Coritiba diz que venceu Rio Branco e o gramado
O gramado do Gigante do Itiberê, em Paranaguá, quase roubou a cena da vitória do Coritiba sobre o Rio Branco por 2 a 0 ontem. Uma infestação por praga secou boa do piso, já irregular, e obrigou os times a trabalharem menos a bola.
"Nos adaptamos e conseguimos vencer o jogo. Tivemos intensidade e trocamos passes", afirmou o técnico Dado Cavalcanti, que apontava antes da partida que o time teria dificuldade para segurar a bola no local.
A forma como os gols do Coritiba saíram foram influenciados pelo estado do gramado: um em uma bola aérea e o outro em uma bola parada, ambos de Alex. "O campo atrapalha muito e tivemos de usar mais o jogo aéreo e força", completou o meia Norberto, utilizado em boa parte da segunda etapa.
Mesmo com a vitória, o estado precário do piso chegou a ser alvo de ironia do meia Robinho, do Coritiba. "O gramado está bom para caramba. Vocês estão vendo que ele está ótimo", disse o atleta.
O problema no campo do estádio municipal de Paranaguá foi semelhante ao que deu na Vila Capanema no ano passado. Só que naquela oportunidade, o uso de um produto incompleto acabou por matar o gramado, que acabou sendo substituído por inteiro.
Com dois gols típicos de Alex, o Coritiba largou bem nas quartas-de-final do Campeonato Paranaense e bateu o Rio Branco, por 2 a 0, no Gigante do Itiberê. A partida começou às 16 horas, com 41 graus centígrados de sensação térmica.
O duelo decisivo do mata-mata será no próximo fim de semana, em Curitiba.
No gol que abriu a vitória alviverde, o meia mostrou oportunismo, ao se posicionar bem e se antecipar à zaga. No segundo, uma cobrança de falta garantiu uma marca especial: foi o 50.º gol neste fundamento dos agora 415 feitos na carreira do atleta.
Embora seja relativamente comum, equivalendo a 12% de todos os gols do experiente jogador, a falta convertida no Litoral foi apenas a primeira do ano do meia.
"Brinquei com o Wilton [Bezerra], auxiliar técnico, que ainda não tinha saído gol assim neste ano e algumas nem passado da barreira ou ido bem longe do gol. Falei que um dia a coisa aconteceria e foi hoje [ontem]. É algo de muito treinamento para que nos jogos surjam estas oportunidades", afirmou Alex após o jogo.
A visão do camisa 10 foi utilizada para encontrar o canto direito de Thiago Rodrigues e também foi fundamental no primeiro gol. Alex sinalizou para Germano para que o volante colocasse a bola no lateral-direito Victor Ferraz que subia pelo lado do campo. "O Alex sempre pede essas bolas. Ele é um meia que tem essa característica de entrar bem na área para finalizar", analisou Victor Ferraz, que acertou o cruzamento.
"De vez em quando, a gente tem de dar essa enganada dos zagueiros", completou com bom humor o meia, que após o jogo autografou camisas de torcedores na beira do gramado, inclusive uma da Turquia, onde também tem status de ídolo após uma década defendendo o Fenerbahçe.
O bom humor, no entanto, fica de lado ao analisar a equipe como um todo. "As chances surgiram e foi um ótimo resultado. Mas é óbvio e inegável e ninguém aqui vai mentir que estamos muito bem. Não foi nenhuma maravilha. Hoje estamos de parabéns por ter se adequado. Todos sabem e o treinador sabe que temos ainda muito a evoluir", analisou Alex.
O resultado permite que o Coritiba possa até perder por um gol de diferença para avançar às semifinais. Em caso de derrota por dois gols, a decisão será por pênaltis.
A partida do Couto Pereira ainda não foi homologada pela Federação Paranaense de Futebol, mas tende a ser marcada para o sábado, pois a Polícia Militar não recomenda dois jogos em Curitiba no mesmo dia e Atlético e Paraná têm compromissos marcados para quinta-feira.
"Estaremos sendo hipócritas se não considerarmos esta vantagem para o próximo jogo. Hoje estivemos ocupando grandes espaços que o Dado [Cavalcanti, técnico] desenhou para a gente pelos lados do campo, com o Victor Ferraz teve", concluiu.
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