Há cinco anos o goleiro do Coritiba, Rafael Martins, aguarda pacientemente por uma chance para poder estrear como jogador profissional de futebol. Aos 25 anos, o arqueiro irá encerrar a angustia no domingo (11), contra a Ponte Preta, às 17h, pela última rodada do Brasileirão. “Esse é o jogo da minha vida”, garante o camisa 1 coxa-branca.
Não foram poucas as vezes que Rafael Martins ficou no quase para enfim vestir as luvas em uma partida oficial. Formado na base coxa-branca, o goleiro subiu para o time profissional em 2011 após ser campeão da Taça BH de juniores do ano anterior. “Peguei pênaltis nas oitavas e na semifinal e fui eleito o melhor goleiro do torneio em que nós vencemos a final em cima do Atlético”, conta Rafael Martins.
No profissional ele era a terceira opção, atrás do titular Edson Bastos, e do reserva Vanderlei. Mas em 2012, Edson Bastos foi para a Ponte Preta e Rafael Martins assumiu o posto de segundo goleiro. Aos 21 anos veio a primeira grande chance de realizar o sonho de criança e estrear na meta alviverde.
Camisa pela Chape
O goleiro Rafael Martins, que será titular do Coritiba na partida final do Campeonato Brasileiro contra a Ponte Preta, domingo (11), fora de casa, apresentou a camisa que a equipe coxa-branca utilizará em homenagem à Chapecoense.
A referência à Chape foi colocada entre o símbolo do clube e a logomarca da Adidas, fornecedora de materiais do Coxa. Sob o brasão da equipe catarinense, a representação de uma pequena faixa preta representando o luto pela tragédia.
“O [técnico] Marcelo Oliveira iria poupar o time titular por causa da Copa do Brasil. Era um jogo contra o Sport e no meio da semana os reservas fizeram um amistoso contra o Andraus. No último lance do jogo eu fui sair em uma bola, trombei com o atacante e cai em cima do meu ombro direito”, lamenta o goleiro, que rompeu os ligamentos, e só voltou aos gramados no seguinte.
Em 2013, Rafael Martins foi emprestado ao Foz do Iguaçu para a disputa do Paranaense. E logo no último treino antes da estreia, outra lesão, desta vez no ombro esquerdo. “Foi muito difícil, foi azar, porque era o outro ombro. Foram sete meses sem treinar. Não era para ser mesmo”, desabafa.
De volta ao Coxa, Rafael Martins viu a disputa por uma vaga no gol aumentar e virou a quinta opção. O goleiro apenas treinava e na metade de 2014 viveu seu maior drama. A terceira lesão, novamente no ombro e de maior gravidade.“Foi quando eu pensei em largar o futebol. Muita gente falava que eu não ia voltar a jogar”, revela.
O prazo de recuperação para a cirurgia realizada era de oito meses a um ano. Mas em cinco meses, Rafael Martins estava totalmente recuperado. Foi a última lesão de sua carreira. Rafael Martins, então, voltou como reserva imediato de Vaná em 2015, mas não teve sua chance. O Coxa viva fase de insegurança no gol e foi ao mercado para trazer os goleiros Bruno, ainda no clube, e Wilson, o atual titular.
Mas foi em junho deste ano que Rafael Martins achou que a espera finalmente tinha acabado. Ele foi emprestado para o Sampaio Corrêa, mas não contava com uma surpresa: no mesmo dia da sua contratação, o clube maranhense anunciou o goleiro Rodrigo Ramos, ídolo máximo do clube.
“É impressionante a idolatria da torcida com o Rodrigo Ramos. Chamam ele de paredão e vão recepcionar o goleiro no aeroporto. Daí não tive chance mesmo. Mas o Coritiba me chamou de volta rapidamente porque o Cruzeiro pediu o [goleiro] Elisson de volta”, explica.
Com o adiamento da rodada por conta da tragédia com a Chapecoense, o técnico Paulo César Carpegiani dispensou os titulares e a vaga de titular caiu no colo de Rafael Martins.
“Tudo tem a sua hora. As pessoas podem achar estranho demorar para estrear no profissional, mas para um goleiro é normal. Talvez se eu tivesse jogado antes não estaria hoje no Coritiba. Eles confiaram em mim, bancaram minhas cirurgias e quero poder retribuir isso ao clube. Quero fazer história aqui”, finaliza.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura