Os seis gols marcados nas duas primeiras partidas do Coritiba na Copa São Paulo de Futebol Júnior não mexem com a cabeça do atacante Índio, de 18 anos. Apesar da expectativa que o desempenho do jovem vem despertando na torcida, ele mesmo prefere adotar discurso ‘pés no chão’.
“Sempre dei um passo de cada vez. Não adianta fazer gols se o time não for bem no restante da Copinha”, explica o goleador. “A gente sempre pensa em estar entre os profissionais, mas ainda é meu primeiro ano na categoria júnior. Se não acontecer de subir para o time principal agora, sei que vai acontecer no tempo certo”, prossegue o garoto, que tem como ídolos os atacantes Luis Suárez e Fred.
A fala mansa não esconde o estilo mineirinho. Natural de Juiz de Fora (MG), Índio chegou ao Alto da Glória em 2011, após uma experiência na base do Cruzeiro. Foi no Coritiba, aliás, que Gustavo Cardoso Soares ganhou o mesmo apelido de um dos ídolos da história do clube: o ex-centroavante Índio, artilheiro da equipe na campanha do título brasileiro de 1985. “O apelido não tem relação com ele. Mas fico imaginando repetir os passos do Índio e ser campeão brasileiro pelo Coritiba”, sonha.
O único momento em que o garoto se deixa entusiasmar é ao comentar os cinco gols anotados na vitória por 10 a 0 sobre o União Barbarense-SP, na estreia do torneio. “Nunca tinha feito cinco gols em um jogo. A família e os amigos fizeram muita festa”, conta.
A discrição do jovem agrada a Dirceu Krüger, ídolo do clube e especialista na transição entre a base e o profissional. “O recado que a gente dá é: priorizar o futebol. Perceber os próprios erros e tentar melhorar sempre, sem se entusiasmar. A gente orienta para que seja humilde e se interesse pelas próprias falhas, para que possa sempre se aprimorar”, diz Krüger.
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Técnico do Coxa na Copinha, Sandro Forner elogia Índio, mas deixa claro: a euforia deve se restringir à torcida. “Nosso time é muito novo e vai oscilar, assim como o Índio também vai. Tem de ter calma”, adverte o comandante.