Leitor voraz, Alex sonhava em publicar uma biografia para fechar a carreira como jogador de futebol. Menos de um ano após pendurar as chuteiras, vestindo a camisa do Coritiba, seu time do coração, o curitibano já desfruta do plano realizado.
Na próxima terça-feira (24), o ex-jogador lança Alex, a biografia (Editora Planeta), às 17 h, na Livrarias Curitiba do ParkShopping Barigui. Obra do escritor carioca Marcos Eduardo Neves que revê toda a trajetória do ex-camisa 10. Sem qualquer censura.
De acordo com o fuso horário da Coreia do Sul e do Japão, os jogos [da Copa] aconteciam de madrugada. Naqueles horários, eu estive bêbado ou dormindo.
“Falei para o Marcos escrever como quiser, com liberdade total. Não tive preocupação do que as pessoas vão pensar. Tem gente que acha polêmico, outros não, mas são os fatos”, resume Alex, hoje comentarista do canal a cabo ESPN Brasil.
As 238 páginas revelam não apenas as vitórias como atleta profissional do ‘Menino de Ouro’, apelido recebido no Coxa, mas também os dissabores e os desafetos que o ex-craque acumulou ao longo de uma vida inteira dedicada ao futebol.
ENTREVISTA: “No início não estava muito interessado. Achava o Alex pacato demais, sereno demais”
“Teve treinador que eu procurei que chamou o Alex de mau caráter. O Alex falou para colocar no livro e que daria sua versão e, se o treinador gostasse, poderia dar outra. Não é biografia chapa-branca”, reforça o carioca Marco Eduardo Neves, 40 anos.
A polêmica ocorreu com Marco Aurélio, técnico de Alex no Cruzeiro (em 2001) e volante campeão brasileiro com o Coritiba em 1985. O ex-meia escancara ainda suas diferenças com Aykut Kocaman, treinador do Fenerbahçe, e Luiz Felipe Scolari, da seleção brasileira.
De Felipão, Alex guarda a mágoa de não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 2002. Para aplacar a frustração, o jogador se “refugiou” durante o Mundial no Japão e na Coreia do Sul, entre pacotes de pipoca, potes de sorvete e bebedeira.
Mais do que as controvérsias, a biografia retrata a caminhada bem-sucedida no esporte. Ao todo, foram 18 títulos conquistados e 422 gols marcados, feito notável para um meia-cancha.
A paixão real começou em 1989, quando o time principal ganhou o Campeonato Paranaense e quase chegou à final do Campeonato Brasileiro
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Estão detalhados o início nas peladas da Sapolândia, em Colombo, a migração do futsal da AABB para o campo no Coritiba, a explosão no Palmeiras, o auge no Cruzeiro e Fenerbahçe e, finalmente, o retorno para a casa, o Couto Pereira, e o tão esperado título pelo clube por qual sempre torceu (o Estadual de 2013).
Um romance na maior parte da história, a biografia ganha tons de ficção na passagem de Alex pela Turquia. Logo na abertura é contada a saga vivida pelo repórter turco Süleyman Arat à procura da lenda que havia deixado o país.
“A gente ouvia que o Alex era um rei na Turquia. Mas é diferente chegar lá e ver empresário em restaurante grã-fino orando aos pés do Alex. Coisas inacreditáveis. Basta dizer que há uma estátua do Alex lá”, diz o biógrafo Neves.
Tudo o que tenho devo ao futebol. Tudo o que sou devo ao futebol. O futebol foi mais do que esporte ou ganha-pão: foi a minha vida. Graças a ele pude conquistar o que dificilmente conseguiria. Nasci num meio humilde, cresci em comunidade, só a minha família sabe as dificuldades por que passamos. Posso dizer que o futebol nos salvou
O livro expõe também a vida pessoal do ex-camisa 10. A esposa, Daiane Mauad, é a narradora em alguns trechos. Até mesmo dificuldades no casamento são abordadas, como quando da volta para Curitiba e o Alviverde, em 2013.
“No futebol a maioria das coisas acaba exposta, mesmo que tente esconder. A parte mais difícil é falar da parte pessoal. E quando se fala para um livro, não tem como não falar. Estou por inteiro no livro”, comenta Alex.
Conhece a música do Alex? Ouça
Com apenas 38 anos, Alex tem ainda “outro livro” pela frente. Qual será o assunto, não dá para prever. De certo, que o boleiro aposentado está estudando para ser técnico e ainda alimenta o sonho de disputar uma Copa do Mundo.
“Não penso muito no futuro, não consigo pensar nem em 2017. Meu pensamento é muito próximo. Em 2015 fiz exatamente o que me programei, que é viver com a família, viajar com os meus filhos. Vamos ver”, finaliza Alex.
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