Opinião
É impossível vencer quando os zagueiros são os armadores
Leonardo Mendes Júnior
A disposição é a única arma do Coritiba de Celso Roth. Enquanto teve tanque cheio para correr, brigar e incomodar a desleixada saída de bola do adversário no início do jogo, o Coxa equilibrou a partida com o Corinthians, no Couto Pereira. Bastou o fogo esfriar e o jogo ir para a bola que a limitação alviverde foi exposta. O Coritiba não perdeu porque Vanderlei não deixou nos tiros de Jadson e Petros. O salvador de um time que viu seu único craque, Alex, ser confinado à área adversária, como um centroavante trombador. Fruto de um esquema que privilegiava a pegada no meio (somente) nisso Baraka e Germano são úteis e a ligação direta a partir da defesa. Luccas Claro e Welinton foram os armadores do Coritiba. Como vencer assim? A expulsão de Fágner foi um bilhete premiado. Forçou Roth a abandonar suas convicções e por o time pra frente... com Geraldo. Se não é Atletiba, todo o torcedor já sabe o que acontece com o angolano em campo: nada.
Em alta
Zé Love
O atacante fechou sua melhor semana no Coritiba. Gols contra Grêmio (dois) e Paysandu (um), seguidos por uma movimentação incansável que abriu bons espaços no primeiro tempo e quebrou a saída de bola do Corinthians. Sua disposição já ganhou a torcida e os gols acalmaram as críticas. A boa sequência, porém, será interrompida. Levou o terceiro amarelo e não enfrenta o Flu Luccas Claro está fora pelo mesmo motivo.
Em baixa
Padrão Fifa
Uma das heranças da Copa, a irrigação eletrônica do Couto Pereira teve problemas. Um dos irrigadores, próximo ao banco de Celso Roth, continuou soltando água durante a partida. O resultado foi um trecho do gramado completamente encharcado. O campo mantido na medida Fifa (105 x 68 m, 560 m² a menos que antes) colaborou para um jogo amarrado no meio de campo.
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O Coritiba atravessa bem a parte mais difícil do primeiro turno, mas ainda não passa confiança ao torcedor. O empate por 0 a 0 com o então vice-líder Corinthians, ontem, no Couto Pereira, foi seguido de vaias da torcida. Reflexo de um jogo de baixíssimo nível técnico, mas principalmente da posição na tabela.
Já são 11 rodadas seguidas na zona de rebaixamento (é o 17.°, com 11 pontos). Para sair de lá no próximo fim de semana será necessário um pequeno milagre: derrotar o novo vice-líder Fluminense, sábado, no Maracanã. Depois, recebe o Flamengo para um confronto direto no Couto Pereira, onde ainda não venceu no Nacional o único triunfo como mandante foi na Vila Capanema,.
"O Couto tem uma historinha aqui que eu não estou conseguindo passar por ela, mas estamos trabalhando. O Coritiba hoje é uma equipe mais sólida, um pouco mais confiável, que apresentou um futebol interessante. Não pegamos qualquer time. Pegamos um time que está brigando no G4, e louco que a gente saísse em cima deles, para sair no contra-ataque e liquidar o jogo", disse o técnico Celso Roth.
Para não dar o contra-ataque, o Coxa foi cauteloso ao extremo. Formou duas linhas de quatro e escalou mais um lateral-direito (Reginaldo) para não sofrer com a deficiente marcação de Norberto, deslocado para o meio. Ganhou marcação, mas perdeu capacidade de jogar. Alex foi um segundo centroavante, vigiado por Ralf. Baraka e Germano fizeram o mesmo com Jadson. A bola sobrou para quem só sabia trombar, correr e dar chutões, a tônica de um jogo em que a meta era não perder.
"Foi um jogo igual, com muita briga no meio-campo e muita bola longa. Foi justo o resultado. Só luta, só briga, só posicionamento, a coisa não aconteceu", disse o meia Alex, responsável pela melhor chance do Coritiba uma falta defendida por Cássio. O Corinthians teve duas, com Jadson e Petros; Vanderlei defendeu ambas.
O goleiro coxa ainda protagonizou outro lance crucial. Uma dividida em que Romarinho se atirou na área e Leandro Vuaden, corretamente, não deu pênalti. Mano Menezes esperneou tanto quanto na expulsão de Fágner. Com um a mais, o Coxa foi para frente por inércia. Geraldo entrou pela esquerda. Roth ainda queria escalar Zé Love e Keirrison, mas acabou obrigado a trocar um pelo outro.
"Deixamos escapar uma oportunidade de somar mais dois pontos em casa, principalmente depois que o Corinthians ficou com um a menos. Lamento muito. É assim que temos de pensar. Não podemos ficar satisfeitos com um empate em casa, mesmo que estejamos em uma situação difícil na tabela", comentou o treinador.
De bom tamanho
Paulistas exaltam ponto com um homem a menos
Agência Estado
Os jogadores do Corinthians comemoraram o ponto conquistado fora de casa. Para eles, a expulsão de Fagner tornou o jogo muito complicado. Assim, o empate acabou sendo um resultado mais do que aceitável. "O Coritiba vinha de duas vitórias, estava motivado. Com um a menos foi um bom resultado", disse o goleiro Cássio. "Por causa da expulsão, o empate foi bom", concordou o meia Jadson. O lateral-esquerdo Fábio Santos reconheceu que o Corinthians não jogou tão bem. "Foi um jogo fora do padrão, não teve muito toque de bola. O campo estava pesado, encharcado em algumas partes", contou. O meia uruguaio Lodeiro, que poderia ter feito sua estreia neste domingo, foi cortado do banco de reservas. Ele cortou o pé na véspera do jogo, no hotel. Enquanto tomava banho, uma saboneteira de vidro caiu no seu pé e ele precisou levar pontos.
Coritiba 0 x 0 Corinthians
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