Psicologia
Coritiba busca crescer mentalmente para chegar à classificação
A experiência pode ser um fator preponderante para a classificação do Coritiba na noite de hoje. Nomes como Alex, Deivid e Pereira estão bem acostumados com decisão. No entanto, nem todo o elenco está no mesmo nível de maturidade para encarar a partida decisiva contra o Nacional-AM. Quem cantou a bola foi o próprio meia Alex, que mostrou preocupação com a preparação mental do grupo.
"O ideal seria se todos estivessem no mesmo nível. Por isso o trabalho da psicologia é focado em todos estarem bem preparados. O time é pressionado de todos os lados e muitas vezes um [jogador] não consegue lidar com algumas situações. Já o atleta mais maduro, acostumado com outras experiências, talvez não sinta [a pressão]", explicou a psicóloga e coordenadora do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, Marcia Regina Walter.
Uma eliminação precoce na Copa do Brasil não destrói o ano do Coritiba, mas põe em xeque a sequência da temporada, principalmente para o Brasileirão. Ser desclassificado na segunda fase para um time de pouca expressão como o Nacional-AM, abalaria as estruturas do Alto da Glória. Para evitar a catástrofe, só há um caminho: bater o rival por pelo menos 3 a 0 hoje, a partir das 19h30, no Couto Pereira, avançar de fase e entrar animado no Nacional. Se sofrer gol, tem de ganhar por quatro gols de diferença para não precisar dos pênaltis.
A goleada sofrida na semana passada para o time amazonense por 4 a 1 reforçou a insegurança em torno do Alviverde. O jogo de hoje está separado por apenas 72 horas da estreia na Série A, contra o Atlético-MG, domingo, em casa.
Ou seja, é tudo ou nada para o Coritiba nesta noite. "É um jogo importante para nós. Se vencermos e conseguirmos a classificação dá um ânimo a mais para entrar no Brasileirão, ainda mais que temos uma estreia contra um dos melhores [times] do Brasil", analisou o lateral-direito Victor Ferraz.
Pressão que se intensifica por causa do desempenho do clube nas duas últimas edições da Copa do Brasil. Com campanhas quase irretocáveis, foi vice-campeão em 2011 e 2012. Aliás, as campanhas anteriores servem de inspiração para conseguir os três gols e a classificação para a terceira fase. Em 2011, o Coxa venceu o Caxias (4 a 0) e o Palmeiras (6 a 0). No ano seguinte, bateu ASA (3 a 0), Paysandu (4 a 1) e Vitória (4 a 1). Goleadas que serão relembradas como foco de motivação.
Há, contudo, o outro lado. Curiosamente, ser desclassificado pode até deixar o caminho do Coritiba mais próximo da Libertadores de 2014. Saindo do torneio nacional antes da hora (até a 3.ª fase), o Alviverde passa a ocupar uma vaga na Sul-Americana competição que não conta com os brasileiros que participaram da Libertadores. Se for campeão, carimba a vaga para o próximo Continental.
Mas essa possibilidade não agrada aos coxas-brancas. "São três portas que se abrem para esse objetivo [Copa do Brasil, Brasileirão e Sul-Americana]. Se não revertermos a situação, vai sobrar trabalhar com as outras duas vertentes. Em princípio, temos a Copa do Brasil e acredito que temos totais condições de conseguir", declarou o técnico Marquinhos Santos, tentando injetar otimismo em um grupo que precisa fazer muitos gols e de preferência não levar para espantar a turbulência que ronda o Alto da Glória.
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