Contratações de Deivid (acima), Lincoln e Botinelli somam um passivo de cerca de R$ 8,5 milhões para o Coritiba.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Dono de uma dívida trabalhista que ultrapassa a casa dos R$ 20 milhões, o Coritiba decidiu seguir um manual para evitar mais débitos do mesmo tipo.

CARREGANDO :)

A principal regra abole a prática de pagar pelo direito de imagem dos atletas. Ao contrário do trio Deivid, Lincoln e Bottinelli – contratados entre 2012 e 2013 e que hoje somam juntos um passivo de cerca de R$ 8,5 milhões – reforços recentes como Kléber Gladiador, Léo Moura e Lúcio Flávio representam risco muito menor de repetirem o problema, já que recebem apenas em carteira.

Veja também
  • Coritiba tenta desvincular imagem de salário para reduzir indenização a Deivid
  • Depois do Atletiba, Coritiba enfrenta Deivid no tribunal e no banco de reservas
Publicidade

Comum no futebol brasileiro, a estratégia que divide o valor total do salário entre carteira e imagem tem como objetivo “driblar” a incisão de impostos. Prática banida há alguns meses no Alto da Glória, assim que o departamento jurídico informou o Conselho Deliberativo sobre o caderno de recomendações com detalhamento dos trâmites para qualquer contratação dentro do clube.

“Tomamos a decisão no Conselho de que esse manual deve ser seguido como lei no clube”, diz o presidente do Deliberativo, Pierpaolo Petruzziello.

“Mas não precisou nem da cartilha. A diretoria já tinha tomado essa atitude. É algo muito defasado e que onerava muito o clube”, acrescenta o conselheiro.

Nenhuma das 19 contratações deste ano recebe fora da carteira. Esse manual, porém, nasceu sete anos atrás, em 2008. Dois anos depois, foi oficializado no clube. Mas nunca cumprido.

Outra recomendação jurídica é promover adicionais de remuneração, o conhecido contrato de produtividade. No caso, o jogador recebe um valor pré-determinado pelo cumprimento de metas, como número de jogos ou gols, por exemplo.

Publicidade

Como a Justiça é lenta, zerar as ações trabalhistas é tarefa praticamente impossível. Uma das mais antigas no Alviverde é o caso do do paraguaio Struway, contratado em 1998.

A atitude, no entanto, é vista como primordial para a saúde financeira coxa-branca. “Não é algo para hoje. É para daqui quatro, cinco anos termos um respiro, podermos contratar alguém tranquilamente”, fecha Petruzziello.