Escudero aparece desolado em meio à festa dos jogadores do Atlético-MG no Estádio Independência: três gols antes do intervalo derrubaram o Coritiba| Foto: Angelo Pettinati/Eleven/Folhapress

Estatística

Baixa produtividade como visitante abala a campanha coxa

O Coritiba vai repetindo o mesmo roteiro das últimas duas temporadas: pífio desempenho fora de casa. Em 2011 custou uma vaga na Libertadores e no ano seguinte por pouco não levou o clube para a Segunda Divisão – aproveitamentos de 24,6% e 22,8%, respectivamente. Neste Brasileirão, conquistou apenas 23,3% dos pontos como visitante.

Contra o Atlético-MG ontem, acumulou a quinta derrota longe de Curitiba – tem apenas uma vitória e quatro empates. Esse é o pior rendimento entre os clubes da metade superior da tabela. Entre todos do campeonato, só é melhor que Vitória (16,7%), Portuguesa (13,3%) e Náutico (13,3%). Estes dois últimos estão na zona de rebaixamento.

Essa performance obriga o Coritiba a vencer as duas próximas partidas, contra Bahia e Goiás, ambas no Couto Pereira, para seguir vivo no campeonato e não ver a zona do rebaixamento se aproximar. "Temos esses dois jogos em casa e não temos outra opção que não seja vencer os dois", cobrou o técnico Marquinhos Santos.

No domingo, às 16 horas contra o Tricolor baiano, o Coxa pelo menos terá a volta do meia Alex, que foi poupado em Belo Horizonte. No entanto, perdeu o volante Willian e o zagueiro/lateral-esquerdo Escudero, que receberam o terceiro cartão amarelo.

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O Coritiba viajou para Belo Horizonte para tentar consolidar uma reação no Brasileiro diante do Atlético-MG. Não conseguiu. Pelo contrário. A derrota para o Galo ajudou a aumentar as dúvidas sobre o potencial do Alviverde para o restante do campeonato. No Independência, só os jogadores do time mineiro jogaram. Os coxas-brancas se resumiram a assistir ao adversário, que entre os 22 e 39 minutos da etapa inicial selaram o confortável 3 a 0. O campeão paranaense nem esboçou resistência.

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Esse revés – o sexto no cam­peonato – mostra o quan­to a equipe que chegou a liderar o Nacional em três rodadas perdeu o rumo. Está atualmente mais próxima da zona de rebaixamento do que do G4.

Com os mesmos 28 pon­tos, o Alviverde manteve a oitava colocação, mas viu o quarto colocado Atlético abrir sete de dianteira. A distância para baixo é de seis pontos para a Portuguesa, que abre a ZR. Para o líder Cruzeiro, criou-se um abismo de 15 pontos.

"Temos feito o trabalho dentro da realidade. Mas saímos chateados porque esperávamos entregar à diretoria e à torcida uma campanha que fizesse jus dentro do que propusemos para o Brasileiro", analisou o técnico Marquinhos Santos, chateado com a irregularidade que tomou conta do Coritiba.

Após um início promissor, nos últimos dez jogos, o Coxa teve o pífio aproveitamento de 27% dos pontos. Foram apenas duas vitórias nesse período. E uma queda livre na tabela.

O tom da lamentação é reflexo de uma noite "horrível", como classificou o meia Robinho ainda no intervalo. Afinal de contas, o atacante Jô, que havia jogado na terça-feira em Boston, nos EUA, pela seleção brasileira, não sentiu cansaço algum diante da defesa coxa-branca.

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Em duas jogadas prati­­camente iguais, aos 22 e 25 minutos, recebeu de Fer­­nan­­dinho pela esquerda e marcou. Aos 39, recebeu na frente de Vanderlei e tocou na saída do goleiro para finalizar o placar.

No vestiário, entre um tempo e outro, o treinador cobrou uma mudança de atitude dos comandados. Não funcionou. Tudo continuou igual. Só o ímpeto do Atlético-MG que diminuiu com a fatura encaminhada.

Até tentou alterar as peças. Mas com o elenco desfalcado – Alex (poupado), Júnior Urso, Keirrison, Geraldo, Deivid e Victor Ferraz (lesionados) –, as mudanças não melhoraram o cenário. Gil, Zé Rafael e o estreante da noite, o atacante Janio, não levaram perigo ao Galo. No jogo inteiro, aliás, o Coxa finalizou apenas duas vezes em direção ao gol.

"É o elenco que foi montado, é o que temos. É um grupo confiável para fazermos a segunda fase de maneira honrosa", disse o treinador, aparentemente jogando a toalha na busca por uma vaga na Libertadores.

Tanto que citou a via pa­ra­lela para chegar a esse objetivo. "A queda realmente foi difícil de assimilar. Quando falamos de conquistar algo grande neste ano, não é só no Brasileiro, tem a Sul-Americana também", completou.

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