A declaração do técnico Ney Franco após a derrota para a Ponte Preta de que o salário de setembro estava atrasado no Coritiba teria sido mal interpretada, na opinião do diretor executivo do clube, Maurício Andrade. Segundo o dirigente, a data de pagamento alongada, que faz com que o mês de trabalho do elenco alviverde tenha até 50 dias, foi combinado com o grupo.
“É um acerto que temos com os atletas desde o começo do ano. Sentamos para conversar, deixamos clara a dificuldade vivida pelo clube e combinamos o pagamento entre o dia 20 e 30 de cada mês”, explicou Andrade, responsável pela área administrativa do clube. “O combinado é esse e vem sendo cumprido desde o início do ano”, acrescentou o diretor.
Após o jogo contra a Ponte, Ney Franco disse que a diretoria tem se empenhado para honrar os compromissos e confirmou que a prática vem sendo conduzida desde que ele chegou ao clube. “A diretoria quitou alguns compromissos semana passada. Está como a maioria dos clubes, que entra o mês sem pagar e acerta até o dia 20, 21. Esta tem sido a temporada do Coritiba”, declarou o treinador após a partida em Campinas.
O diretor de futebol do Coritiba, Valdir Barbosa, o primeiro a falar em atraso de salários, semana passada, disse que o desempenho do time não tem sido prejudicado por esse motivo. No entanto, admite que os vencimentos deste mês não foram pagos ainda.
“Venceu dia 7. É uma semana de atraso só. Não são salários atrasados. Não pagamos o mês de setembro e o pagamento será feito o mais rápido possível”, explicou. Barbosa usou o batido discurso de que no futebol brasileiro é normal o atraso de salários. “Se fosse assim, não tinha porque o Corinthians ganhar domingo de 4 a 1 do Atlético, pois lá não pagaram ainda também”, compara.
A culpa pelos atrasos, garante Barbosa, é do “contexto”. “A hora que o futebol brasileiro se reorganizar, desde as federações, a CBF e os clubes, com tudo alinhado, regularizado, isso vai acabar”, disse.
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