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Vilson quer que clubes sejam tratados igualitariamente | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
Vilson quer que clubes sejam tratados igualitariamente| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

O jogo limpo (fair play) fi­­nanceiro, que vem sendo implantado na Europa para tentar diminuir a disparidade entre os clubes e evitar gastos exorbitantes, começa a ganhar adeptos no Brasil. Um deles é o Coritiba, que vê ano a ano a própria distância para os "grandes" aumentar – e sem ter para onde recorrer para conseguir concorrer de igual para igual. O Alviverde quer que todos os times de futebol do país sejam tratados igualitariamente, sendo obrigados a, seguindo o exemplo co­­xa-branca, quitar as pendências tributárias.

"O clube que cumpre com as obrigações não consegue competir com quem não cumpre. Há clubes que não podem pagar salários altos porque precisam pagar impostos e isso é uma concorrência desleal", analisou o presidente do Alviverde, Vilson Ribeiro de Andrade.

Segundo o mandatário coxa-branca, a diretoria atual tem feito o possível para ficar em dia com o governo – a dívida tributária, se­­gundo o último balanço publicado pelo clube, relativo a 2011, é de R$ 48,9 milhões. A situação não é das mais tranquilas, mas o pagamento tem sido equalizado em um acordo com a Receita para zerar o débito em seis anos. Dinheiro que sai e não pode ser investido para qualificar elenco ou melhorar o patrimônio do clube, por exemplo.

A discussão do fair play vem justamente após um cerco da Receita Federal sobre os times de futebol e de um movimento de res­­­­posta capitaneado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com o objetivo acabar com a tributação sobre os clubes.

Em 1998, as agremiações deixaram de ter isenção fiscal, benefício conquistado ainda na década de 40. De lá para cá, os clubes se "descuidaram" e viram as dívidas com o governo aumentar significativamente – segundo a Receita Federal, o montante ultrapassa os R$ 612 milhões.

A principal alegação dos times em busca da anistia das dívidas é de que são entidades sem fins lucrativos e por isso não deveriam ser cobrados como qualquer outra empresa, que precisam pagar, entre outros tributos, o Programa de Integração So­­cial (PIS) e a Contribuição pa­­ra o Financiamento da Se­­gu­­ri­­dade Social (Cofins).

O próprio Coritiba, no final de 2011, teve uma au­­tu­­a­ção de R$ 20 milhões da Re­­cei­­ta, mas, depois de um recurso administrativo, conseguiu se livrar do pagamento justamente porque não se enquadrava como empresa.

"Para reverter isso, temos de criar algumas situa­ções em que as visões sejam muito claras a respeito de responsabilidades, não só das gestões, mas também de apoio de alguns segmentos do governo, que poderiam ajudar na saúde financeira dos clubes", seguiu Andrade.

É o que uma comissão criada na CBF com alguns clubes da Série A pretende fazer. Mas por enquanto não há um caminho certo a ser seguido. "Houve uma reunião na semana passada e o assunto foi levantado. Mas a comissão não se reuniu ainda. É um assunto que está sendo discutido no ministério e na CBF", completou o presidente do Coritiba.

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