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Abacateiros no pátio da antiga Rede Ferroviária, com vista para o estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, faz o elo entre a origem carril do Operário e os dias de hoje. | Josue Teixeira/
Abacateiros no pátio da antiga Rede Ferroviária, com vista para o estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, faz o elo entre a origem carril do Operário e os dias de hoje.| Foto: Josue Teixeira/

Prestes a completar 103 anos no dia 1º de maio, o Operário tem uma ligação com as suas raízes ferroviárias através de um abacateiro. É embaixo dele que em alguns jogos, inclusive neste domingo (26), quando o time entra em campo para a primeira final do Paranaense, contra o Coritiba, às 16 horas, alguns funcionários da linha férrea ficam de olho no time criado para que eles pudessem se divertir.

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O estádio Germano Krüger fica no bairro de Vila Oficinas, nome dado para o local onde moravam os trabalhadores carril e existia a oficina da extinta Rede Ferroviária Federal SA. Construído por um técnico alemão da empresa com o mesmo nome da praça esportiva, a partir de 1939, o campo do jogo desse domingo no início era apenas um banhado e foi construído ao lado da oficina, para que os operários batessem uma bola.

Valmir Levandoski, mais conhecido como “Miro”, 55 anos e há 31 anos no serviço ferroviário: paixão operariana.Josue Teixeira

O local, que hoje serve apenas à manutenção de peças e materiais, há 17 anos pertence à América Latina Logística (ALL). Mesmo com a privatização, a empresa ainda conta com funcionários que chegaram a jogar no campo do Fantasma, como o técnico da mecânica Valmir Levandoski, mais conhecido como “Miro”, 55 anos e há 31 anos trabalhando no mesmo local.

“A gente trabalhava de manhã e jogava de tarde. Eu era o centroavante na pelada” , vangloria-se, garantindo que a relação histórica entre os operários e o clube permanece.

“Todos torcemos para o Operário. Vimos o time disputar Segunda Divisão, Torneio da Morte. Agora, na final, estamos muito felizes. E vai ser 4 a 1 nesse primeiro jogo”, aposta.

Até mesmo os mais novos, aqueles que não chegaram a bater ponto na Rede, vêm o campo ao fundo com orgulho. “Trabalhar na oficina onde nasceu o time e o Operário ainda existir é histórico. Não tem como não torcer”, argumenta o analista de operações Valdomiro Júnior, 25 anos.

Segundo o presidente do Operário entre 2007 e 2011, Carlos Roberto Yurk, cerca de 100 ferroviários, entre aposentados e ainda na ativa, são sócios da agremiação centenária. Mas, com a privatização da Rede, não existe mais nenhuma relação oficial entre o Alvinegro e a empresa que o originou.

Informalmente, Miro às vezes consegue uma pulseira para entrar de graça nos jogos, junto com os policiais que utilizam o pátio da oficina de estacionamento. Algo que o atual presidente Laurival Pontarollo garante que nessa final será impossível, diante da expectativa de estádio lotado.

Restará aos ferroviários o abacateiro, com a visão privilegiada do campo, onde poderão ver o seu time em uma final de Paranaense após 54 anos.

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