Derrota expõe fragilidade do Coritiba dentro e fora do campo

O Coritiba expôs neste sábado (13) o tamanho da sua fragilidade generalizada. Em campo e fora dele. No gramado, revelou que a mudança no comando técnico ainda não surtiu efeito algum. Na estreia de Ney Franco, nova derrota – a sexta em sete jogos, desta vez por 1 a 0, para o Flamengo. Para escancarar de vez o péssimo momento alviverde, após o novo tropeço, um grupo de torcedores foi até ao vestiário cobrar os jogadores. O episódio azeda de vez o clima no clube fincado na ZR às vésperas do Atletiba.

Atletas como Marcos Aurélio, Wellington Paulista, Leandro Silva, Giva e Bonfim foram até o gramado para falar com os torcedores, que pediam desde uma nova postura do time como também o comportamento diferente fora de campo. “Falaram o que tem que falar. Estamos errados, temos que escutar. Tem que reverter no clássico”, afirmou o atacante Wellington Paulista, na volta ao vestiário.

Sem agressões, mas em tom de cobranças, a conversa durou cerca de 20 minutos e foi acompanhada por seguranças chamados às pressas, após o inexplicável acesso dos torcedores.

“Não foi um número expressivo, foram 10, 12 torcedores, burlando a vigilância, [alguém] se intitulando conselheiro. Evidentemente houve uma falha de segurança. Temos de tratar essa semana com muito zelo porque temos cerca de 150 seguranças trabalhando no jogo. Mas jamais poderia ter acontecido, houve um vacilo em uma portaria, entraram de forma sorrateira e nos surpreenderam na porta do vestuário”, afirmou o vive presidente Ernesto Pedroso, reconhecendo o clima de hostilidade que se instalou no já combalido ambiente alviverde. O clube quer identificar qual o conselheiro promovido a passagem dos torcedores.

“Essa é uma questão de segurança. Não sei, acho que é a primeira vez que eu vejo esse acesso, essa facilidade de o torcedor chegar. Acho que daqui para frente tem que ter um cuidado especial, e acho que no momento certo a diretoria deve se pronunciar. Confesso que não participei [da conversa com os torcedores], não vi . Eu fiquei uns 20 minutos falando com os atletas. Até eu estar ali não teve a presença de ninguém”, afirmou o estreante Ney Franco.

O que ele viu foi que o seu primeiro rascunho não deu certo. Com cinco mudanças em relação à última rodada, o Coxa não conseguia chegar nem com velocidade nem com jogadores suficientes ao ataque. Assistiu a um Flamengo melhor abrir o placar aos 38 minutos de jogo com Eduardo da Silva.

A melhor jogada alviverde só foi sair nos acréscimos. O lance aconteceu após a expulsão de Jonas, que levou o segundo cartão amarelo aos 45 do primeiro tempo.

A ausência de um jogador rubro-negro não foi aproveitada e expôs ainda mais a ruindade do time. “Não era a estreia que queríamos. Não tivemos competência para vencer”, admitiu o treinador.