O venezuelano César Gonzalez, conhecido no seu país como El Maestrico, caiu nas graças da torcida do Coritiba após três partidas como titular. Domingo (22), uma troca de passes do meia com o atacante Kléber Gladiador, que acabou com finalização de Leandro na trave na derrota para o Santos, acabou como o destaque do programa Fantástico.Porém, enquanto tenta se adaptar ao futebol brasileiro, o jogador não esconde a preocupação com a crise financeira de seu país.
Dissidentes venezuelanos protestam em visita do presidente Nicolás Maduro a Trinidad e Tobago: protestos no país estão proibidos.
Com a inflação alta na Venezuela, um simples hambúrguer chega a custar US$ 170, o equivalente a cerca de R$ 600. Uma diária de hotel pode custar US$ 7 mil dólares (R$ 25 mil). Nos supermercados, faltam produtos da cesta básica e outros essenciais, como papel higiênico. Nesta terça-feira (24), a Coca-Cola interrompeu a produção no país por falta de açúcar.
“A situação do meu país está muito complicada. Há escassez de muitos produtos básicos que anteriormente não havia problemas de conseguir”, afirma Gonzalez, em entrevista por e-mail.
O meia, que abriu mão de disputar a Copa América esse mês pela seleção da Venezuela para se adaptar mais rapidamente ao elenco alviverde, relata que a situação preocupa muito, já que o povo venezuelano está sofrendo. Para Gonzalez, governo e oposição deveriam chegar a um acordo para que mais empregos sejam criados, haja menos inflação e a produção do país volte a crescer.
“Quando Hugo Chavez era presidente implantaram um governo socialista, queriam o bem para o nosso país. Lamentavelmente não aconteceu assim. A situação não foi para o bem, se não piorou. O que quero como venezuelano é que nosso país melhore, que as famílias não se separem mais por causa da política, que estejam mais unidos do que nunca e que possamos ser uma potência no futuro”, avalia El Maestrico.
Gonzalez ainda comenta sobre as proibições de algumas manifestações em Caracas. Recentemente, a Suprema Corte proibiu protestos nos arredores do Conselho Nacional Eleitoral que reclamavam da demora para decidir sobre o referendo para revogar o mandato do presidente Nicolas Maduro.
“Não estou de acordo com isso”, garante o meia. “O venezuelano pode protestar pacificamente porque não está de acordo com muitas coisas. Há muito desemprego, muita insegurança no nosso país, muita escassez. O que queremos não é beneficio de políticos de uma parte ou outra, queremos o benefício de 30 milhões de venezuelanos para que possam ir adiante e que seja um país em progresso”, completa o meia coxa-branca.