Sub-20

O Coritiba conquistou ontem, em Porto Alegre, sua primeira vitória no Brasileiro Sub-20. Jogando no Estádio Passo D’Areia, a equipe alviverde derrotou o América-MG por 2 a 1. Yago abriu o placar aos 14/1º e João Victor Victor ampliou no início da segunda etapa. O Coelho descontou aos 25/2º. Amanhã o Coxa, vice-líder com quatro pontos, encara o Atlético-GO, às 15h30. Com seis, o América-MG está na ponta do Grupo D.

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Nesta época em que o torcedor coxa-branca espera ansioso pelo anúncio de novos reforços, a diretoria do Coritiba age com cautela. Um dos motivos é a ideia fixa da atual diretoria em resolver a situação financeira do clube. Para se ter uma noção, no último mês o clube gastou R$ 1,5 milhão só com dívidas tributárias, o que representa 75% dos R$ 2 milhões que o Coxa gasta mensalmente com a folha salarial do time. "Isso o torcedor não lembra", afirma o presidente Vilson Ribeiro de Andrade.

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O dirigente conta que, quando assumiu o clube como vice do ex-presidente Jair Cirino, no início de 2010, o Alviverde devia R$ 112 milhões. Em agosto de 2011, o Coxa homologou um acordo para pagar as dívidas com a Receita Federal e a Previdência Social, o que refletirá no próximo balanço. O clube informou que não poderia dizer o quanto foi pago neste ano até a aprovação do balanço financeiro pelo Conselho Deliberativo, o que deve ocorrer em abril de 2013, mas reforçou o discurso de cumprir "o compromisso de sanarmos o clube ainda nesta gestão".

Dentre os R$ 112 milhões devidos em 2010, é possível destacar os R$ 19 milhões em questões trabalhistas, os R$ 15 milhões para pagar em ações cíveis, os R$ 15 milhões de débitos com fornecedores e contas atrasadas e os R$ 50 milhões de dívidas tributárias.

Empréstimo

Para resolver esta, por exemplo, o Coritiba fez um contrato para pagar o montante em cinco anos, com valores que aumentam a cada ano e que neste mês chegaram a R$ 1,5 milhão. Os problemas trabalhistas e envolvendo fornecedores foram resolvidos com a antecipação de receita de televisionamento via sistema bancário. Isso fez com que a área de crédito do Itaú/BBA divulgasse que o Coritiba foi o que teve o maior acréscimo de dívida bancária (92%) entre os 16 clubes analisados da Série A entre 2010 e 2011.

"O clube não tinha dívida em banco e devia um monte fora. Nós escalonamos a dívida e antecipamos a receita de recebíveis da tevê via sistema financeiro. O contrato feito com a Rede Globo paga direto para o banco. Todos os clubes fazem isso. Quem não faz está morto", garante o presidente Vilson Ribeiro de Andrade. Segundo José Scheller, responsável pela parte financeira do clube, "os recursos adiantados representam menos de 10% dos ativos do clube. Ou seja, não comprometem a saúde financeira".

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O levantamento do Itaú/BBA também indica que entre 2010 e 2011 a receita alviverde subiu 113%. Segundo o presidente coxa-branca, isso ocorreu pelo acesso para a Série A e o aumento de número de sócios. Quanto à dívida bancária, o próprio relatório do Itaú/BBA destaca que há um lado bom.

"O aspecto positivo é que agora as dívidas estão associadas a investimentos em ativos fixos e formação de elenco e distanciam-se daquelas dívidas necessárias para bancar o dia a dia do futebol, que não têm retorno claro. Quando o clube investe, ainda que com dívida cara, está aumentando ativos que geram valor, seja em estádios, centros de treinamento, formação de suas categorias de base ou na contratação de atletas", afirma o texto.

Andrade ainda fez questão de ressaltar que, desde que assumiu, o clube passou de uma média de 10% dos direitos econômicos dos atletas para 60%. Além disso, para ele, nenhum dos dirigentes anteriores do clube é culpado pela situação, pois eles "fizeram o que tinham que fazer".

"Porém, se eu só pagasse as despesas da minha gestão, em quatro ou cinco anos o clube não sobreviveria mais", admite Andrade.