A missão é digna de FBI: entrar no território de Pablo Escobar e tirar das mãos do time do “Patrón” a vaga para uma histórica semifinal de Sul-Americana. Empolgados com a chance – e com a possibilidade de conhecer Medellín, em voga desde a exibição das séries Narcos e El Patrón del Mal no Brasil – quase uma centena de torcedores do Coritiba se mandou para a Colômbia para acompanhar o jogo desta quarta, 21h45, no Estádio Atanásio Girardot, em Medellín. Na ida, empate por 1 a 1 com o campeão da Libertadores.
O empresário Bruno Oszika e o irmão Denis são dois destes. Junto com cerca de 30 coxas-brancas, reservaram um albergue em Medellín, que recebeu uma festança ao estilo colombiano na noite de segunda-feira (24). A odisseia, porém, começou por Bogotá. “O voo direto era muito caro. Então pegamos para Bogotá e depois uma companhia mais barata até Medellín”, conta. A parada na capital colombiana rendeu uma visita ao Estádio Metropolitano de Techo, onde jogaram e empataram por 1 a 1 Santa Fé e Tolima. Bruno e Denis foram na torcida visitante, mas sem a camisa do Coxa. “Não sabíamos se o pessoal tinha apoio ou treta com o Santa Fé. Sabe como é, galo no terreiro dos outros é galinha,” contou, rindo.
JOGO DE IDA: Coritiba empata quase no fim e se mantém vivo na Sul-Americana
O advogado Paulo Fabrício Gusso viajou para a Colômbia esperançoso. “É a oportunidade de ver o Coxa num torneio continental, demonstrar a força do estado fora. Os times do Paraná são aguerridos”, disse. Se vencer ou empatar com dois ou mais gols, o Coritiba repete o feito do Atlético em 2006, quando chegou às semifinais e foi eliminado pelo Pachuca, do México.
O confronto com o Nacional é o jogo oficial mais importante do Coxa em pelo menos 10 anos, certamente o mais importante em sua história internacional. Fato raro encarar um campeão da Libertadores, ainda mais em vigor. Em 2004, na Libertadores, o Coxa pegou o Olímpia, tricampeão e que havia vencido o torneio em 2002. “Eu lembro daqueles jogos, fui em todos em casa. Mas agora é a minha primeira vez fora, não ia perder essa”, contou.
Mas não é só futebol que vai deixar os coxas-brancas eletrizados em Medellín. Com o sucesso das séries que contam a vida do narcotraficante Pablo Escobar, morto em 1993, a torcida brasileira na Colômbia tratou-se de buscar conhecer os lugares que foram marcados pelo terror naqueles anos.
“Vamos ao Edifício Monaco e ao Cemitério de Itagui”, contou Gusso. O Edifício Mônaco foi alvo de um carro bomba na guerra do Cartel de Medellín contra o de Cali; o cemitério em questão é onde está enterrado Pablo Escobar. Já os irmãos Oszika pretendem conhecer outro ponto turístico ligado ao personagem vivido por Wagner Moura. “Queremos fazer o tour da Hacienda Nápoles”, falou Bruno, lembrando a fazenda onde Escobar tinha hipopótamos, girafas e muito luxo.
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Escobar era um notório torcedor do Nacional e há quem diga que o título da Libertadores de 1989 foi turbinado com dinheiro do narcotráfico. Com o Patrón fora de cena, os Verdolagas – apelido do Nacional – voltaram a ganhar a América neste ano, sempre com casa cheia. O Estádio Atanásio Girardot promete estar cheio para o duelo que pode levar o time da casa a uma semifinal contra seu rival, o Independiente Medellín, que pega o Cerro Porteño.
Ainda sem ingressos, os torcedores coxas-brancas esperam que a diretoria do Coritiba consiga entradas para os brasileiros. O site do Nacional não indicava bilheteria aos visitantes, mas a assessoria de imprensa do Coxa confirmou que iria solicitar os tíquetes.