O Coritiba está apostando em um novo caminho para montar o elenco de 2017: o contrato por produção. “Estamos implantando um sistema de produtividade em que o jogador é beneficiado por aquilo que faz em campo”, define Alceni Guerra, vice-presidente do clube.
Atlético, Coritiba e Paraná iniciam 2017 com novidades; veja quem são
Leia a matéria completaA nova prática, respaldada pelo conselho gestor, já pode ser percebida nas negociações das renovações. Mesmo jogadores que se destacaram, como o meia Juan, não estão recebendo propostas de aumentos.
As ofertas apresentam bonificações de acordo com o rendimento. São definidas caso a caso e a intenção é proteger o clube diante de jogadores com histórico de problemas físicos e oscilações técnicas.
“Nós pegamos um clube afundado. Graças aos adiantamentos de cotas de tevê e às renegociações de dívidas, conseguimos equilibrar as contas. Não é hora de inchar a folha salarial. É momento de consciência”, alega Guerra.
Kazim é um exemplo da nova dinâmica. O atacante inglês naturalizado turco não jogará pelo Coritiba em 2017. Contratado em junho do ano passado, o atleta de 30 anos rescindiu seu vínculo com o clube e irá para o Corinthians por aproximadamente R$ 1,2 milhão.
“Vamos olhar para a base e para o mercado sul-americano. Não vamos gastar mais do que temos”, reitera o vice-presidente. O turco, que recebia aproximadamente R$ 250 mil por mês, era um dos salários mais altos do elenco de 2016 e ainda saiu abrindo mão de algumas receitas.
Além de Kazim, Nery Bareiro não renovou. Jorge Ortega, outro paraguaio, também não deve ficar. A diretoria ainda negocia com o também paraguaio César Benitez e o venezuelano César Gonzalez, mas os acertos são considerados difíceis. Entretanto, o mercado sul-americano segue como um bom caminho para contratações baratas e de bons retornos técnicos.
“Os jogadores brasileiros de ponta estão com salários inflacionados. Então, continuamos atentos aos bons jogadores de fora, como Filigrana, que está numa negociação bem adiantada conosco”, afirma Guerra. O dirigente se refere ao atacante colombiano Yilmar Filigrana, de 26 anos, que defendeu o Deportes Quindió na segunda divisão da Colômbia em 2016.
Resistência
Processo comum em empresas, os contratos de produtividade partem da ideia de onerar menos os cofres dos clubes. Contudo, a prática gera alguma resistência em jogadores com maior mercado, que preferem, geralmente, contratos de menor risco, mas interessa os mais experientes e os jogadores em início de carreira, em busca de vitrine. “Como toda inovação, assusta os atletas, mas é para onde as coisas estão indo”, defende Guerra.
Para 2017, o Coritiba confirmou a permanência no Alto da Glória do atacante Kléber Gladiador e do técnico Paulo César Carpegiani. Iago teve seu vínculo estendido com o Coxa até 2020. No primeiro dia de 2017, o clube anunciou a chegada do atacante Rildo, que estava no Corinthians. Também chegaram o zagueiro Werley e os volantes Matheus Galdezani e Jonas.
Todos os reforços chegaram no novo modelo de contrato. De acordo com Guerra, o conselho do clube recebe os dados de cada jogador por meio do diretor de futebol, Alex Brasil, e propõem os benefícios de acordo com a posição de cada um. “É preciso muito cuidado em cada contratação. Esse é um modelo que o Coritiba vai apostar”, completa Guerra.
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Deixe sua opinião