Capitão Alex levanta a taça do tetracampeonato regional do Coritiba. Era o título que faltava para o meia de 35 anos| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O camisa 10 do Coritiba no momento do segundo gol dele e do Coritiba contra o Atlético. Alex foi o maestro de um time instável durante todo o regional
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"Se fosse para fazer um filme, acho que ia ser algo bem parecido", confessou o meia Alex, ontem à noite, no círculo central do gramado do Couto Pereira. Rodeado por repórteres, o meia do Coritiba tentava se desvencilhar de dezenas de câmeras e microfones para comemorar com os companheiros seu título que mais custou a chegar.

Foram 16 anos de espera para levantar a taça do Para­naense – período em que o jogador construiu sua bem-sucedida carreira no exterior.

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De volta como protagonista do Estadual, o veterano de 35 anos bateu no peito, chamou a responsabilidade para si e virou, com dois gols, a final contra o Atlético, no Couto Pereira. O roteiro sonhado pelo ídolo alviverde ficou completo com o gol de Geraldo, que fechou a partida em 3 a 1.

"Conversei com o Tostão [ex-meia coxa-branca] quando retornei e disse que queria ser 10% do que ele foi naquela época [década de 90], decisivo nos clássicos. E hoje fico muito feliz porque aconteceu do jeito que nós imaginávamos", vibrou o Menino de Ouro, que estava em todos os lugares da decisão.

Nas arquibancadas, camisas com o nome do craque e o número 10 nas costas preenchiam quase todos os espaços. A imagem do atleta/garoto propaganda também aparecia em placas de publicidade, sem falar nas faixas da torcida.

Em campo, ele também se desdobrou. Além dos gols que mudaram a cara da equipe, orientou os colegas e reclamou com a arbitragem. Exerceu, literalmente, o papel de capitão.

Sem modéstia, ele não tenta diminuir o tamanho de sua importância para o clube que o forjou. "Fui artilheiro da competição [com 15 gols] e capitão do time depois de ter rodado o mundo. Dois gols na final contra o maior adversário, que é o Atlético. Então realmente a gente tem de comemorar o trabalho que hoje foi presenteado com o título", disse o segundo maior goleador do turco Fenerbahçe, onde permaneceu entre 2004 e 2012.

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"É uma honra conquistar meu primeiro título no Cori­tiba ao lado dele. Tê-lo ao lado no dia a dia é magnífico", derreteu-se o técnico Marquinhos Santos. "Foi um trabalho enorme para trazê-lo, mas é bom ressaltar que foi uma opção dele. Havia propostas financei­ras melhores", lembrou o presidente Vilson Ribeiro de Andrade.

E tudo culminou na tarde de ontem no Alto da Glória, onde finalmente Alex comemorou uma conquista como jogador coxa-branca.

"[O sentimento] é de que valeu a pena. Poderia ter decidido por um caminho diferente e voltei ao Coritiba. Não está sendo fácil. O sentimento de torcedor se mistura com o de jogador".