O Coritiba ainda tem a melhor defesa do Paranaense, mas os momentos em que sofre os gols são os piores possíveis: normalmente nos últimos cinco minutos dos jogos. Das cinco vezes em que o goleiro Vanderlei foi buscar a bola na rede, em quatro já eram passados 40 da segunda etapa. Período crítico que custou ao Alviverde o empate por 1 a 1 no último domingo contra o Operário, no Estádio Couto Pereira.
Até então, esses gols na reta final de nada haviam interferido no placar, já que os resultados permitiam essa folga ao Coritiba. Contra Paranavaí, Toledo e Atlético, a equipe tinha três, três e dois gols de frente, respectivamente. Contra o Fantasma, porém, a vantagem mínima não dava margem para erros.
Situação que comprova aquilo que os próprios jogadores antecipavam depois dos jogos: se não forem combatidos, os gols tardios, cedo ou tarde, iriam comprometer a campanha coxa-branca. Os dois pontos desperdiçados em casa reforçam a cobrança do técnico Marquinhos Santos, que insiste em pedir atenção para o time durante os 90 minutos e não somente até estar em vantagem no placar. "Temos de ter atenção e concentração no jogo, isso é algo para se aprender. Temos de ter concentração até o último lance", afirmou o treinador, que teme que os adversários usem essa "distração" como arma. "A proposta de jogos dos nossos adversários vai ser essa, de ficarem extremamente retrancados e jogando por uma bola só", completou.
Curiosamente, todos esses gols nos últimos cinco minutos foram sofridos dentro de casa. Longe do Couto Pereira, por outro lado, não sofreu quando partiu na frente no placar 2 a 0 sobre o Cianorte, 7 a 0 no Rio Branco e 1 a 0 diante do Londrina. Em todas essas partidas, não passou por sustos.
Indício de que a acomodação vista em Curitiba não é levada na bagagem para o interior. Bom presságio para o próximo teste, duelo marcado para amanhã contra o Paranavaí, às 22 horas, no Estádio Waldemiro Wagner, no Noroeste do estado.