Indescritível. Essa foi a palavra mais ouvida pelos torcedores do Operário ao tentar descrever a sensação de ver o time do coração conquistar o primeiro título paranaense da sua história. Depois de “bater na trave” tantas vezes, a vitória contra o Coritiba por 3 a 0 (no placar agregado 5 a 0), neste domingo (3), no Couto Pereira, premiou o trabalho de Itamar Schülle e seus comandados.
“É uma sensação inédita e tenho certeza que única. Desde que nasci sonhava com esse dia e pela primeira vez eu sou campeão. Se morresse hoje, morria feliz”, disse, em prantos, Igor Oliveira. Ao lado do irmão, projetou um futuro mais feliz do que o passado recente de decepções. “Vamos ser campeões da Série D”, disse Luciano de Oliveira.
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Em outubro de 1960 nascia Antônio Carlos Schepak. A última vez em que o Operário tinha disputado uma final de campeonato aconteceria alguns meses depois. Por isso, o título deste domingo tem um sabor ainda mais especial. “É muito emocionante. Uma coisa que não passava pela cabeça da gente no começo do campeonato. É sempre tão sofrido e difícil para o Operário. É inesperado e indescritível”, vibra o aposentado.
Para ele, o time se destacou pela união e regularidade. Lucas e Ruy foram os craques, todos muito bem coordenados por Itamar Schülle. “Foi uma grata surpresa para a gente que não conhecia ele aqui no Paraná. Um excelente treinador”, concluiu.
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Depois de tanto aguentar a pegação de pé dos rivais, chegou a hora de ir à forra. “Tô bem triste hoje. Vou ter que comer coxa assada hoje a noite lá na janta”, brincou Ícaro Militão, estudante de 16 anos. Depois de tirar uma casquinha do rival, lembrou que a conquista foi merecida. “Começamos meio lá embaixo, mas fomos evoluindo até conquistar essas vitórias. Ainda mais dois dias depois do nosso aniversário”, disse o jovem que comemorou o aniversário junto com o clube do coração.
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Igualmente nova, Fernanda Camlofski, de 18 anos, foi arrebatada pela paixão operariana. “É muito legal. Nunca tinha sentido uma emoção assim, de ver tanta gente junta comemorando um título. Foi lindo”. Para ela, o fanatismo da torcida foi o grande destaque da temporada. “Mesmo não sendo um time tão grande, a torcida sempre esteve junto e foi uma das mais vibrantes. Que presentão de aniversário né?”, acrescentou.
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O título, de certa forma, surpreendeu aos mais descrentes. Para o auxiliar de produção Jackson Rocha, 27 anos, o time mostrou um empenho impressionante. “Eu não esperava um título tão cedo. É um time pequeno, com poucos recursos e que vive em dificuldade. Agora pode comemorar pelo trabalho e pela torcida que sempre acompanhou o time”, concluiu.
A dona de casa Fátima Matos, de 57 anos, era só sorrisos. “Torço muito pelo sucesso desses meninos. Eles andavam para baixo, mas se reergueram e venceram. Tô feliz à beça”, disse, pouco antes de puxar o côro com a família: “Operário, Operário”.
A paixão pelo Operário e a frustração por não conseguir ingressos não impediu o casal Vilcleson Sanches e Wania Monteiro. Os dois moram em Curitiba, não conseguiram encontrar entradas para o estádio e após a confirmação do título entraram no carro e vieram para Ponta Grossa. “É uma satisfação muito grande. Eu era júnior do Operário e fazia algumas preliminares do time na década passada. Tô tremendo até agora”, disse Sanches, que assim que o time chegar, comemora e retorna para Curitiba.