Autor de um gol e uma assistência na vitória do Coritiba sobre o Goiás, quarta-feira (18) passada, o veterano lateral-esquerdo Juan tem se destacado em uma posição até então inédita na sua carreira. Como meia ele desbancou alguns bons jogadores da posição, como Lúcio Flávio e Ruy, e se firmou como articulador da equipe alviverde nas últimas rodadas.
Satisfeito com seu desempenho, ele acredita estar ajudando como pode. “Aqui foi o primeiro time que joguei só como meia. Na minha avaliação as atuações são satisfatórias, mas posso me adaptar ainda mais e ter uma regularidade maior, coisa que tenho como lateral. Mas tenho feito bons jogos e tido bons momentos”, disse Juan, que também marcou um gol contra o Figueirense.
Vários jogadores, mais para a parte final de suas carreiras, optam por deixar a lateral e passam a atuar como meia, invariavelmente pelo menor desgaste físico. Pelos lados do campo, a exigência de velocidade e vigor é bem maior
Paulo Baier é um exemplo clássico de sucesso nesta mudança. Como meia, tornou-se um exímio armador e também artilheiro, permanecendo como goleador da era dos pontos corridos até este ano, quando foi desbancado por Fred, do Fluminense. Michel Bastos, hoje no São Paulo, e Felipe, no Vasco, fizeram a troca e se deram muito bem.
Apesar de ter tido bons resultados como meia, Juan ainda não decidiu se mudou oficialmente de posição. “Sinceramente não sei. Não pensei muito nisso. A princípio, se tiver que optar, ainda me sinto mais à vontade e posso ter um nível de regularidade mais alto pela lateral”, explicou. O problema é que Carlinhos é titular incontestável da posição de origem de Juan.
No entanto as circunstâncias da carreira o colocaram numa situação em que a escolha não parte dele, e sim da necessidade do time. “Estou motivado para atuar em qualquer posição ali no meio. Estou focado e se continuar como meia, vou me esforçar para fazer o melhor e ajudar o Coritiba a sair dessa situação”.
A escolha por Juan, para o técnico Pachequinho, acontece em virtude do momento de cada jogador. “A gente tem que trabalhar a equipe de uma forma equilibrada. O Juan vem num momento bom, tem qualidade, técnica e experiência. Se dedica muito aos trabalhos e assimila muito rápido o que a gente pede”, elogiou o treinador.
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Sobre Lúcio Flávio, que na contramão da ascendência de Juan, perdeu espaço, Pachequinho, exalta a importância dele para o grupo. “O Lúcio é liderança, mesmo assim fora de campo. É importante contar com ele e se precisar, sei que está pronto para entrar e ajudar”.