O atacante Kléber faz a sua estreia pelo Coritiba neste domingo, às 16 horas, contra o Cruzeiro. O momento é simbólico tanto para o Alviverde quanto para o jogador. Afundado na zona do rebaixamento, a cinco pontos do 16º colocado, o time tem uma sequência de três jogos em casa, nas próximas quatro rodadas. Vencer, portanto, virou quase uma obrigação. Para Kléber, estar em campo é o marco de um recomeço na carreira.
TABELA: Confira a classificação do Campeonato Brasileiro de 2015
Para “estar em campo” Kléber precisará mudar números de seu próprio histórico como profissional. De 2008 para cá – ano em que voltou ao futebol brasileiro, após passagem de quase cinco anos pelo Dínamo de Kiev, da Ucrânia –, o atacante tem um índice considerado alto de ausências de jogos, seja por lesão ou suspensão.
Ou seja, a cada três jogos, Kléber fica fora de um deles. No ano passado, por exemplo, de 66 partidas pelo Vasco e Grêmio, Kléber esteve de fora de 36 deles (52%). Foi o maior índice dos últimos sete anos. O porcentual de ausência dos outros anos foi também alarmante – 2013 (29,2%), 2012 (34,7%), 2011 (35,3%), 2010 (35,5%), 2009 (44,9) e 2008 (28,6%).
Aos 31 anos o atacante acredita que vive um novo momento não só na sua carreira, mas também na vida pessoal. Mais calmo, garante que as polêmicas ficaram no passado. Em campo, espera repetir as atuações que o projetaram. “Depende de mim voltar a jogar num grande nível e nunca fugi de responsabilidades”, disse.
E Kléber viveu grandes momentos, em especial no Palmeiras e no Cruzeiro, justamente o adversário Coxa deste domingo. De 2008 a 2011 viveu uma ascensão na carreira, somando gols e tornando-se ídolo das duas torcidas. Foram 179 jogos e 84 gols. Já a partir de 2011 as polêmicas ganharam mais destaque que os gols.
No Grêmio, por exemplo, teve um bom início, mas um péssimo fim após desentendimentos com o técnico Felipão. O resultado: sete meses sem jogar. Sua última partida foi ainda pelo Vasco, dia 29 de novembro do ano passado, contra o Avaí, pela Série B.
As pedras no caminho do Gladiador aparentemente o ajudaram –âpelo menos no discurso.
Mesmo que sua contratação tenha sido precedida por uma desconfiança dentro da própria diretoria Coxa, o jogador promete estar livre das polêmicas – e até somar.
“Espero que possa acrescentar algo aos mais novos. Quando era mais novo via os mais velhos como referência. Tinha confiança nesses jogadores. É importante ajudar a tirar o peso dos mais novos, ainda mais na situação do Coritiba”.
O lateral-esquerdo Henrique referenda. “É um outro cara e mudou tudo aquilo que já fez no passado. Tem agregado muito ao nosso elenco”.
“Em dois ou três jogos vou sentir dificuldades. Talvez não jogue o melhor, mas vou passar por isso para voltar a jogar em grande nível”, avisou o Gladiador.
“Vou sentir a falta de ritmo, mas depende só de mim”, prometeu. A conferir.