Por apenas um voto, o vice-presidente do Coritiba, André Macias, teve a sua expulsão do Conselho Deliberativo do clube negada nesta segunda-feira (21) em julgamento do chamado ‘Caso Whatsapp’, em que conversas envolvendo funcionários, dirigentes e conselheiros do clube vazaram, expondo um racha na diretoria alviverde.
Ele também foi julgado pelos R$ 200 mil doados pelo clube para a campanha de Ricardo Gomyde à presidência da Federação Paranaense de Futebol. O dirigente foi o responsável por gerenciar o montante destinado para a eleição na FPF. Apesar de ter sido inocentado nos dois casos, Macias preferiu renunciar ao cargo .
BASTIDORES: Veja as conversas no WhatsApp que minaram a cúpula do Coritiba
“A justiça foi feita. O Conselho não poderia referendar essa sacanagem política que queriam fazer comigo. Mas, após ser inocentado, me senti muito à vontade para renunciar”, afirmou.
“Esse processo foi muito desgastante. Além disso, o meio do futebol é muito sujo nos bastidores e eu não me sinto à vontade para participar. Eu torço agora para que o Coritiba pare de pensar em política e pense no bem do clube”, emendou.
Pierre Boulos, o outro vice envolvido no Caso Whatsapp, e os conselheiros Arthur Klas, Christian Gaziri e Carlos Eduardo Vianna também foram absolvidos. Boulos não quis dar entrevista, mas segue licenciado do cargo e pretende conversar com o presidente Rogério Bacellar para definir seu futuro no clube. A tendência, porém, segundo a reportagem apurou, é de que ele também renuncie.
Kafka expulso
O sócio Bruno Kafka, que divulgou as mensagens que geraram toda a polêmica, está expulso do quadro associativo do Coxa. A exclusão já tinha sido definida pelo Conselho de Ética e, por isso, não chegou a ser votada no Deliberativo. Ele pode recorrer da decisão junto ao Conselho Disciplinar. “O Coritiba foi desmoralizado por uma parte dos conselheiros e pela mesa que presidia a votação”, reclamou Kafka.
Confusão
Kafka e alguns conselheiros coxas-brancas ficaram indignados com a maneira como foi conduzida a votação. Depois de o plenário decidir pelo voto aberto entre os 146 presentes, André Macias foi o primeiro a ser julgado. A confusão começou após a contagem final. Aqueles que se abstiveram foram contados como “não”, ou seja, contra a expulsão de Macias. Dois terços dos presentes precisam votar a favor para alguém ser expulso do Conselho. Macias acabou absolvido por apenas um voto.
A divulgação do resultado gerou revolta e boa parte dos conselheiros deixou o local. Mesmo assim, o presidente do Deliberativo, Pier Petruzziello, que fez a sua última reunião no cargo, defendeu a postura durante a votação.
“ Eu agi pela legalidade. O estatuto do clube é claro em afirmar que a exclusão precisa ser aprovada por dois terços dos presentes”, argumentou. “Eu não posso ser responsabilizado por algum conselheiro que não sabe no que está votando. Abstenção não é ‘sim’. Cada um tem que assumir a sua responsabilidade nessa hora”, acrescentou.
Deixe sua opinião