Londrina e Coritiba se enfrentam amanhã no Estádio do Café, pela última rodada da primeira fase do Estadual, com clima de tensão extracampo. Se dentro das quatro linhas a preocupação do Tubarão é com a classificação para as quartas de final e para isso vencer é fundamental para não depender de outros resultados fora dele a mobilização é por segurança. O temor é que a polêmica decisão do primeiro turno do ano passado, quando a arbitragem da vitória por 1 a 0 do time da capital foi bastante contestada, ainda se reflita no comportamento nas arquibancadas.
"Existe sim essa preocupação, comenta-se que existe essa rivalidade e não queremos que ocorra nenhum incidente", afirmou o major José Luis de Oliveira, comandante da Polícia Militar na operação de segurança do embate. "Vamos escoltar a torcida e o time do Coritiba, além de isolar a frente do estádio na chegada dos torcedores coxas-brancas para evitar que ocorra apedrejamento de ônibus", completa. Ele admitiu ainda que o policiamento será dobrado em relação a outros jogos, com 160 policiais, incluindo tropa de choque e cavalaria.
A preocupação não se restringe às autoridades policiais. A própria diretoria do Alviceleste entende que o jogo traz ingredientes explosivos. "Tomamos todas as precauções para que o Coritiba e sua torcida, e até nós mesmos, em caso de de--sclassificação, não tenhamos problemas", explicou o diretor de futebol João Severo.
Há um ano, a confusão começou quando o árbitro Felipe Gomes da Silva não marcou um pênalti em um lance em que o zagueiro Pereira teria tocado com o braço dentro da área. A jogada prosseguiu e na sequência o meia Alex marcou o gol da vitória, o que gerou mais indignação. Polêmica que quem estiver dentro de campo quer que fique no passado.
"Sabemos que naquele jogo foi bastante confusa a questão da arbitragem. Mas tem de ir com a cabeça tranquila só pensando neste jogo", disse o meia coxa-branca Dudu. "Acho que não é para tanto. Não precisa disso", amenizou o técnico Dado Cavalcanti, ciente da pressão que vai encontrar no terreno do adversário. "Não podemos temer algo de diferente. Até porque você atrai esse tipo de sentimento. Você fica falando de muito de um fator extracampo e acaba esquecendo a coisa mais importante que é o jogo", defendeu o comandante alviverde. Para a equipe da capital, a partida vale o topo da classificação e, consequentemente, as vantagens nos futuros mata-matas.
Do lado do LEC, os jogadores estão concentrados desde quinta-feira e não falaram com a imprensa. Apenas o diretor de futebol opinou sobre o tema. E foi direto ao ponto. "É outro campeonato", resumiu João Severo.