Medo de lesão na grama sintética da Baixada pode tirar Kléber do Atletiba

Na manhã dessa quarta-feira (16), o atacante Kléber, do Coritiba, treinou normalmente no gramado natural do Couto Pereira. Já durante a tarde, houve suspense em relação à participação dele na atividade realizada no piso sintético do campo do Trieste. Acabou indo para o campo, mas com receio.

No próximo domingo (20), no Atletiba, o Coxa vai atuar pela primeira vez no gramado sintético da Arena da Baixada. Por isso, faz treinamentos neste tipo de piso neste meio de semana. Recém-recuperado de uma lesão muscular na coxa esquerda, o Gladiador não sabe se entrará em campo diante do Atlético. Ele tem receio de voltar a se contundir. A informação foi revelada por fontes ligadas ao Alviverde.

O temor do atleta é motivado pelo piso artificial e remonta ao período em que defendeu o Grêmio, entre 2012 e 2014. Durante a passagem pelo time gaúcho, Kléber atuou em algumas oportunidades no campo do São José-RS, equipe que também possui grama sintética em sua praça esportiva.

Na época, companheiros do jogador acabaram se lesionando no Estádio Passo d’Areia. O próprio Gladiador chegou a criticar o piso do local após a derrota por 2 a 1 para a equipe da casa, em fevereiro de 2012. “O campo atrapalhou bastante”, disse na época.

Kléber não atua desde a 5.ª rodada do Estadual. Mesmo assim, ainda é o artilheiro do Paranaense, com oito gols. Principal nome do elenco coxa-branca, ele não quer correr o risco de voltar para o departamento médico e ficar ainda mais tempo afastado da equipe principal.

“Vamos fazer o primeiro trabalho neste campo [do Trieste] para começar a se adaptar um pouco à grama sintética, à velocidade da bola. A gente sabe que o gramado sintético da Arena é um pouco diferente, melhor, mais avançado, mas é importante treinar neste tipo de terreno por causa da adaptação”, reconhece o goleiro Wilson.

Medicina esportiva

Apesar de também sintética, a grama da Baixada apresenta qualidade superior à do estádio do São José. Além disso, especialistas da medicina esportiva já garantiram que o tipo de piso utilizado pelo Rubro-Negro não tem contraindicações quanto ao aumento do risco de lesões.

“Para evitar lesão basta não treinar. O atleta está exposto de maneira igual, tanto faz o piso”, afirma Leandro Dias, autor de estudo apresentado no American College os Sports Medicine — colégio americano de medicina esportiva — em 2014. Opinião compartilhada pelo doutor em fisiologia do exercício, Turíbio Leite de Barros. “Não existe estatística que possa afirmar maior incidência de lesões”, indica.