O Atletiba de amanhã, às 16 horas, no Estádio Willie Davids, não terá mais torcida única. Em ofício enviado ontem aos presidentes de Atlético e Coritiba, assinado pelo Promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Maurício Kalache, o Ministério Público do Paraná (MP-PR), comarca de Maringá, se posiciona contra a realização da partida apenas com torcedores do Furacão nas arquibancadas.
Os clubes, que propuseram a medida na última terça-feira, vão obedecer. Assim, haverá venda normal de ingressos para os alviverdes a partir de hoje, em Curitiba e Maringá. Ambas as organizadas, no entanto, continuam impedidas de assistir, caracterizadas, ao duelo pela sexta rodada do Brasileiro.
Questionado pela reportagem sobre a mudança brusca de opinião do MP, que na última quinta-feira afirmou que, "em princípio, não se opunha à decisão" de o clássico ser somente rubro-negro, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade protestou.
"O Coritiba vai receber os ingressos, eles estarão à disposição dos torcedores, mas duvido que alguém compre. Eu não aconselharia isso. Acho que o torcedor que gosta de paz não deve pegar a estrada [para Maringá]", reclamou o mandatário do Alviverde, que conversou com Mario Celso Petraglia, presidente rubro-negro, após receber o ofício do MP.
"O próprio Mario [Petraglia] me falou. Só existe um caminho, uma estrada para lá. Termina o jogo e a saída de torcedores é próxima. A polícia teria de ir e voltar fazendo escolta, imagina o custo disso. A maioria das pessoas é bem intencionada, mas têm marginais infiltrados nas torcidas. Nós queríamos evitar isso. Aqui em Curitiba seria outra coisa. É uma irresponsabilidade", seguiu Andrade.
O MP, que inicialmente se recusou a falar com a reportagem e chegou a negar a origem do ofício, mais tarde confirmou, via assessoria de imprensa, a veracidade do documento. A promotoria, contudo, faz uma ressalva: a nota não seria uma recomendação, mas somente uma resposta à consulta prévia da dupla Atletiba, com base no Estatuto do Torcedor.
Agora, com a possibilidade de coxas-brancas assistirem ao jogo, a responsabilidade sobre a segurança do encontro volta a ficar em evidência. Para o MP, uma obrigação do mandante, no caso o Atlético, que terá de jogar em Maringá por estar cumprindo punição pela briga de sua torcida com a do Vasco, em Joinville, na última rodada do Brasileiro passado.
Em nota, o Rubro-Negro não comentou a questão, mas salientou que a medida pretendia evitar problemas. O Coritiba, por outro lado, já elegeu um culpado para eventuais transtornos. "A responsabilidade é toda de quem tomou a decisão. Continuo com a opinião de que é uma temeridade, uma falta de bom senso, principalmente de quem prega a paz", concluiu Andrade.
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