Com pouco tempo para trabalhar, o técnico Pachequinho aposta na recuperação emocional do Coritiba para escapar do rebaixamento. Interino no cargo após a demissão de Ney Franco, o ex-jogador comandou nesta quarta-feira (4) o primeiro treino para o jogo com o Corinthians, no sábado (7), em São Paulo.
“A conversa é mais fundamental do que o trabalho em si”, resume Pachequinho. “Nós temos que conversar para elevar o psicológico. O grupo sabe que precisa reagir. Vamos trabalhar isso e focar no jogo do Corinthians”, completa.
O Coxa terá ainda dois dias de preparação para o confronto e Pachequinho deve manter boa parte do time que era escalado por Ney Franco. A provável formação do Alviverde deverá contar com Wilson; Leandro Silva, Rafael Marques, Juninho e Carlinhos; João Paulo, Alan Santos, Ruy e Thiago Lopes; Kléber e Henrique Almeida.
Confira abaixo a entrevista com o treinador interino do Coritiba.
Como foi o início do teu trabalho?
A conversa é fundamental sempre. A cada dia conversando, vendo o que o atleta está precisando, no treino, no trabalho. Sabemos que precisamos reverter uma situação. Posicionar melhor, impor um ritmo e melhorar o aspecto da artilharia, dos gols da equipe. A conversa é mais fundamental do que o trabalho em si. Temos que conversar para elevar esse psicológico. O grupo sabe que precisa reagir. Vamos trabalhar isso. Falar da importância. Temos que focar no jogo do Corinthians. Temos que fazer o máximo da nossa capacidade para conseguir o resultado. Temos pouco tempo, não dá para mudar muita coisa.
Como o elenco absorveu a saída do Ney Franco?
Conversei com eles, pedi o apoio a todos, o Coritiba precisa de todos. Sabemos que é um adversário difícil, joga em casa, num momento bom. Jogadores já estão entendendo a minha forma de trabalhar, a forma que converso com eles, franca. Não vejo problema de aceitação do grupo.
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O Vágner Love disse que o Corinthians vai dar a volta olímpica no sábado. Isso ainda serve de estímulo?
Tudo que puder trabalhar para ajudar é muito válido. Falar antes do jogo é normal, já ouvimos muito essas frases. O que está de fora não pode atrapalhar. O que posso dizer é que nossos jogadores vão estar muito focados. Falar não quero entrar nesse assunto, se vamos usar ou não, é outro detalhe.
Você é um técnico inexperiente. Como encara a missão?
É o segundo jogo que eu faço pelo profissional do Coritiba como treinador. O Coritiba fez um amistoso com a seleção da Jamaica, René Simões era o treinador. Atlético e Paraná fizeram o mesmo amistoso e perderam, o Coritiba empatou. Eu era o treinador do sub-20 e o Dorival Júnior [técnico do Coritiba na época] pediu para eu tocar o amistoso. Claro que era um amistoso, é diferente. Mas estou preparado. A vida nos dá algumas situações que você tem que encarar.
O que foi conversado sobre a sua continuidade no cargo?
A diretoria me passou que eu iria trabalhar interinamente no jogo. A diretoria deve estar em contatos com outros técnicos.
Qual a fragilidade que você enxerga no Corinthians?
Não vejo fragilidade. Vejo que temos de explorar tudo que temos de forte, e onde o adversário é vulnerável. O treinamento, a repetição, é para aprimorar o que precisa melhorar, e saber o que o adversário tem de potencial que pode acarretar num problema. Estudando o que pode acontecer na partida. Nós vamos jogar com um adversário que teremos momentos de dificuldades. Temos de ter equilíbrio.
Kléber e Henrique Almeida podem jogar juntos?
Podem jogar juntos e já jogaram. O que trabalho é que devem acreditar em cada um, como cada um vai estar taticamente, encaixar a marcação, o posicionamento em campo.
Você posicionou o Thiago Lopes entre os titulares. Não é uma carga grande para um jogador jovem?
Categoria de base é de formação. É feita para suprir a necessidade do profissional. O Thiago já entrou em alguns jogos, todos sabem do potencial dele, trabalha forte na base, sabemos da capacidade dele. Sobre a pressão, jogador tem que abraçar a oportunidade, não tem idade. Alguns pecam pela ansiedade, mas se não botar um jogador numa partida dessa grandeza, vai colocar quando? Pra mim, o melhor campeonato é a melhor hora para testar um jogador. Melhor o Brasileiro que o Paranaense. Qualidade do jogo, estádios, tudo favorece a evolução dos atletas. Eu fui oriundo das categorias de base e o momento especial é o Brasileiro. Tem jogador que não sente.
Qual era o teu contato com os jogadores?
Venho fazendo a função de observador desde a época do técnico Marcelo Oliveira. Tinha que passar individualmente para os atletas. O contato é diário, obviamente que em outra realidade que é a observação técnica. Sempre que o Ney Franco precisava eu também estava orientando os jogadores, chamava na sala. E o mais importante é que tem um respeito grande por parte deles.
Você conversou com o Negueba e o Rafhael Lucas. Como acha que eles podem contribuir?
Até sábado temos muita coisa para fazer. A questão de conversar com os atletas é fundamental. O jogador que não está como titular é o que mais precisa, mais tem que dar moral. Você precisa de um elenco. Um cara que acha que não vai ter oportunidade não treina. Atenção com todos. Nós precisamos de todos.
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