| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Foram três anos e seis meses de Coritiba. Tempo suficiente para Rafinha ganhar a torcida ao participar das campanhas do tetracampeonato paranaense – fato que havia ocorrido somente na década de 70 – e dos dois vices da Copa do Brasil. O baixinho, de 1,67 m, correu muito nesse período, deu trabalho aos adversários, mas o ciclo dele no Alto da Glória terminou ontem. Agora ele segue para a Arábia Saudita, onde vai defender o Al-Shabab. Admitiu o peso da proposta financeira, mas disse que sonhava com a experiência no exterior. Antes de embarcar, conversou com a reportagem da Gazeta do Povo para se despedir e agradecer ao Alviverde e, em especial, à torcida coxa-branca.

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O que pesou para você aceitar essa proposta do Al-Shabab?

A proposta financeira é realmente boa, mas é mais um objetivo de vida. Eu sempre quis ter uma experiência de jogar fora do Brasil, estava buscando isso há um bom tempo. Agora era o momento de sair, um momento em que o Coritiba está bem, em primeiro no campeonato [Brasileiro]. Pesou a parte financeira, mas foi mais que isso.

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Você já teve outras oportunidades para sair do Coritiba. Por que foi diferente desta vez?

No ano passado tive uma proposta do Palmeiras, em termos de Brasil muito boa financeiramente. Passei para o Vilson [Ribeiro de Andrade, presidente do Coxa], fizeram a proposta e ele me falou que não teria como me liberar naquele momento, pela situação que o clube passava [brigava contra o rebaixamento]. Entendi perfeitamente, só pedi que se chegasse uma proposta de fora, que ele pudesse me ajudar, pelo sonho que tinha. Demos as nossas palavras de que ficaríamos numa boa. A proposta chegou agora e a minha vontade prevaleceu. Mês que vem faço 30 anos, pensei na minha família, na carreira. Chegou a hora.

Foram os melhores momentos da sua carreira?

Com certeza. Claro que tive momentos bons da minha vida, mas nenhum se compara com o que tive no Coritiba. Não tem comparação. Foram três anos e meio maravilhosos. Tive algumas decepções, como as perdas da Copa do Brasil. Mas tive mais alegrias do que tristezas. No Couto Pereira tive muito mais vitórias do que empates e derrotas.

Como foram esses seus últimos dias? Muita coisa passou pela cabeça?

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Na verdade foi tudo muito rápido. Três a quatro dias atrás chegou a proposta. Pedi para conversar com o Coritiba para ver se também era interessante para eles. Fiquei esses dias sem dormir, sem comer direito. Mas a decisão foi tomada. Estou feliz, a minha família está feliz. É um clube novo e uma experiência nova.

E o que você já sabe do clube [Al-Shabab] e da cidade [Riad] que vai morar?

Tive algumas informações da cidade, do clube. É um cube que disputa várias competições. Em agosto já temos um jogo no Japão [contra o Kashiwa Reysol pela Liga dos Campeões da Ásia]. É um clube bem estruturado, vou morar na capital. As informações são boas, apesar da cultura, do regime ser um pouco rigoroso, ainda mais com as mulheres. A minha esposa vai ter mais dificuldades para se acostumar e se adaptar. Conversei também com o Tcheco, que ficou um bom tempo lá.