Alex tem 35 anos de idade, 18 de carreira e 17 títulos em um total de, nas contas dele, perto de 40 finais disputadas. O Atletiba de domingo, porém, soa ao capitão coxa-branca como se fosse a primeira decisão.
Conquistar o título paranaense é especial para Alex. Acostumado a ver o Coritiba dar volta olímpica da arquibancada ou pela televisão, terá, pela primeira vez, a chance de ser campeão "como um torcedor dentro de campo". Com o bônus de ser contra o Atlético. E sem o asterisco de time sub-23, "uma ideia vendida pela diretoria rubro-negra e comprada pela imprensa".
Ontem, na sua única entrevista coletiva antes da final, Alex falou sobre a possibilidade de subir mais um degrau na escala de ídolos alviverdes e sobre ser campeão em cima do maior rival, não inimigo, um time cujo fortalecimento ele vê como fundamental para o crescimento do Coritiba.
Idolatria
"É uma coisa que o torcedor escolhe. Existem vários ídolos por aí que não conseguiram títulos. O meu melhor exemplo é o Pachequinho. Todos [os torcedores do Coritiba] que têm entre 25 e 35 anos gostavam de vê-lo jogar, mas infelizmente, por ser um momento ruim do clube, não conseguiu ganhar o título. Se eu ganhar domingo, as credenciais aumentam [para se tornar ídolo]. Seria o tetracampeonato, comigo capitaneando, no meu retorno, brigando na artilharia."
Espírito de torcedor
"Seria bastante feliz com o título por ser o meu primeiro com a camisa do Coritiba. Os títulos que eu vi foram da arquibancada ou de longe, então agora seria um torcedor dentro de campo, jogando. Me sinto um privilegiado."
Histórico em finais
"Devo ter jogado 39, 40 finais. Ganhei metade, perdi metade. O que eu ganhei, está guardado na minha casa. O que perdi, virou história, está na lembrança. Agora é como se fosse a primeira."
Sub-23
"O Atlético vendeu essa ideia, vocês da imprensa compraram o barulho, passaram dia após dia e o torcedor acreditou. Para mim é balela pura. Do outro lado, é sempre o Atlético. Eu com 23 anos estava na Itália, já tinha sido campeão com a seleção e com o Palmeiras."
Rivalidade
"Eu não tenho nada contra o Atlético, não é meu inimigo. Não considero atleticano nenhum meu inimigo, é meu adversário, um adversário que eu torço para que fique forte para que o Coritiba fique forte e um faça sombra para o outro. Eu vejo como a única forma de o futebol paranaense crescer os dois estarem com forças equivalentes, caminhando de maneiras paralelas."
Atletibas anteriores
"No primeiro [vitória por 2 a 1] eu ainda estava me achando no Coritiba. Nos outros dois, não consegui ir bem. No 3 a 1 joguei muito abaixo do que poderia. No de domingo, de uma maneira geral, o nosso time dificultou as ações minhas, do Rafa e do Deivid, até pela forma como nos posicionamos no meio, mas isso é questão coletiva. Eu, individualmente, tenho de jogar muito mais para que possa, com a minha qualidade, ajudar o time."