Opinião
Ao ataque sempre
Leonardo Mendes júnior, repórter e colunista
A obrigatória tensão pré-Atletiba se manifestou de maneira bem específica em parte da torcida coxa-branca. Bastava falar de salário atrasado para surgir o mantra: "não é momento para falar nisso".
Pois o próprio time tratou de por esse mantra no devido lugar. Ao subir ao gramado com a faixa reclamando dos atrasos, os jogadores deixaram claro que o problema existe e ignorá-lo não trará a solução por inércia. Ao vencer um clássico aberto, com um futebol de alto nível, completaram: é possível tratar de um problema grave, jogar bola e ganhar ao mesmo tempo.
O Coritiba que não recebe há quase três meses joga futebol de Série A há um mês e meio, quando Marquinhos Santos chegou. Simplesmente porque deixou de lado o medo, o jogar por uma bola que guiavam Celso Roth, pela busca permanente do ataque. É assim, atacando adversários e problemas que o Coritiba se mantém vivo no Brasileirão.
- Marquinhos dedica vitória no Atletiba a Alex e Lori Sandri
- Weverton cobra tranquilidade ao Atlético na sequência do Brasileiro
- Árbitro relata bombas e papel higiênico em chamas no Atletiba
- Vitória do Criciúma mantém Coritiba na lanterna
- Pego de surpresa, Marquinhos fica desconfortável ao falar de salários
- No intervalo, Marquinhos disse a Hélder como fazer o gol da vitória no Atletiba
- Galeria: torcida do Coxa faz a festa na vitória sobre o Atlético no clássico
- "Todo mundo depende de seu salário", critica zagueiro Leandro Almeida
- Coxa vence Atletiba marcado por cobrança de salário
A história de Alex no Atletiba terminou da mesma maneira que começou: no Couto Pereira, com vitória. O 1 a 0 de ontem não teve a repercussão do clássico de estreia (o 5 a 1 da Páscoa de 1995, que abriu as portas do Atlético para Mario Celso Petraglia), mas mostrou o melhor do camisa 10 coxa-branca.
Alex foi o líder técnico do Coritiba com a bola rolando e a grande segurança para a corajosa cobrança salarial dos jogadores contra a diretoria, na subida ao gramado. Foi protagonista mesmo sem querer ser visto dessa maneira. Sorteado para o exame antidoping, desceu pelo túnel do visitante e não falou com a imprensa.
Se tivesse enfrentado os microfones, poderia ter falado do posicionamento diferente que ocupou no primeiro tempo. Escalado seguidas vezes como falso 9, pode jogar mais recuado, próximo aos volantes. Dali armou o ataque alviverde, com destaque para um lançamento de 30 metros que deixou Joel na cara de Weverton. Também carimbou todas as jogadas ofensivas do Coritiba -- foram 32 passes, 26 deles certos. Arrumou faltas que viraram perigosos cruzamentos e partiu para a área para finalizar como elemento surpresa.
Também poderia falar do gol olímpico quase marcado aos 17 do segundo tempo, uma venenosa cobrança de pé trocado, pela direita, que obrigou Weverton a se esticar para fazer a defesa. Se sentiu medo quando Deivid acertou uma joelhada nas suas costas, como Chicão fizera no jogo com o Flamengo, pela Copa do Brasil. E de a partir de qual momento percebeu que deveria prender a bola e diminuir o ritmo de jogo, como fez nos 15 minutos finais.
Entre um tempo e outro, Alex ainda protagonizou uma amistosa e simbólica passagem de bastão no futebol paranaense. Trocou de camisa com Marcos Guilherme. Seguiu para o vestiário com a 10 do Atlético do ombro, exatamente como o adversário fez com a 10 alviverde.
"Infelizmente não teremos mais o Alex em Atletibas. Queria oferecer [a vitória] a ele e a esse grupo, que têm trabalhado demais para tirar o Coritiba desta situação", lamentou -- e exaltou -- o técnico Marquinhos Santos.
"Capitão, cresci vendo você jogar e hoje, graças a Deus, estou tendo a oportunidade de jogar ao seu lado, infelizmente no seu último ano. Essa vitória creio que não só eu, mas o grupo todo dedico a você", escreveu Zé Love no Instagram.
Alex ainda vestirá a camisa alviverde por no máximo 12 partidas, número de rodadas para o fim do Brasileiro. No Atletiba, a história está escrita: nove vitórias, quatro empates, seis derrotas e quatro gols.
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Deixe sua opinião