O rombo que a nova diretoria do Coritiba, empossada na noite de quinta-feira, terá de enfrentar é de R$ 204 milhões. Desse montante, anunciado em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no hotel Bourbon, pelo presidente Rogério Portugal Bacellar, a dívida imediata que precisa ser paga é de R$ 66 milhões. A maior preocupação financeira do clube, porém, é com a projeção de receitas para 2015.
Segundo Ricardo Guerra, presidente da comissão de transição, a gestão anterior já antecipou e gastou quase dois terços da verba de televisão disponível para a próxima temporada. Dos R$ 35 milhões reservados ao Coxa no Brasileirão, apenas R$ 12 milhões estarão à disposição do clube. "São números superficiais. Vamos ainda mais fundo", prometeu Bacellar.
A antecipação de recebíveis não para por aí. Da cota do Paranaense 2015, o Coxa já pegou 75%, restando apenas R$ 250 mil. Dos recebíveis da Copa do Brasil, o clube já embolsou metade (cerca de R$ 250 mil dos R$ 500 mil da primeira fase do torneio) e toda a parte que lhe cabe no próximo ano do patrocínio da Pro Tork (aproximadamente R$ 1,5 milhão). "Faremos uma auditoria externa e interna nas contas do clube", avisou Ricardo Guerra.
Os valores que mais preocupam atualmente são os que têm vencimento próximo, como acordos e parcelamentos. "Temos receitas comprometidas e adiantamento de patrocínios, e contas pesadas de curto prazo para sanarmos. Impostos não recolhidos neste ano e uma folha de pagamento significativa", explicou o responsável pelo trabalho de transição.
Responsável pela condução do clube até este ano, o ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade discordou dos números apresentados pela nova cúpula coxa-branca, principalmente aqueles relativos às dívidas imediatas. "É uma grande mentira. Essa dívida [R$ 66 milhões] é de curto e médio prazo", falou, por telefone. Antes de prometer uma resposta oficial, ainda colocou em dúvida o tipo de contabilidade feito pelos opositores. "Depende do contexto da dívida. Tem de detalhar quais são os ativos e passivos", disse. "A conta não fecha nunca. Se pegar só os ativos teremos R$ 400 milhões em caixa. Temos várias dívidas fiscais alongadas nos próximos 20 anos", finalizou.
Mesmo com os cofres desfalcados, Bacellar mantém um discurso otimista e diz acreditar que o Coritiba pode formar um time competitivo. Contudo, o aperto financeiro deve acompanhar o clube por um longo tempo. "Queremos reestruturar o Coritiba. Não interessa como. Queremos um Coritiba enxuto e que todos trabalhem com orgulho, raça e dedicação. Vou ser enérgico e cobrar. Ser um gerentão", afirmou Bacellar.
Ao todo o Coritiba tem mais de 400 funcionários. Embora não seja classificada com uma "caça às bruxas", o novo presidente garantiu que vai promover uma limpeza do quadros funcional e enxugar a folha salarial ao máximo. "Nosso coirmão tem apenas 154 funcionários. A Fifa tem menos do que isso. É um absurdo. Vamos ver a situação de funcionário por funcionário, atleta por atleta."
A nova diretoria é composta pelo presidente Rogério Bacellar e pelos vices Ricardo Guerra, André Macias, Ernesto Pedroso e Gilberto Griebele. Também compareceram à coletiva o novo CEO do clube, João Paulo Medina, e o técnico Marquinhos Santos, que segue no Coxa.
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