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BOLEIRO ENCRENCA

"Comecei a trabalhar na padaria do meu pai com seis anos de idade. Ele era italiano e fazia pães exatamente como eram feitos na Itália, onde moravam meus avós [...] Só que meu pai não gostava de futebol e, desde guri, eu só pensava em jogar bola. Era meia-esquerda no time A da várzea e goleiro do time B. Porém, como arranjava muita encrenca jogando na linha, acabaram me mandando pro gol, onde fiquei para sempre".

LOUCO OU VEADO

Ao comentar um lance qualquer de uma partida que acabara de disputar, acabou dizendo que todo goleiro ou é louco ou é veado. [...] "Mas eu falei isso em tom de brincadeira. Lógico que eu não acho que os goleiros sejam malucos ou veados. Falei brincando, mas a galera não engoliu muito a brincadeira, não. Teve muita gente que ficou indignada comigo".

BAFO, O APELIDO

Quer tirar Rafael do sério? Chame ele de Bafo. [...] "No tempo da Ponte Preta, a gente saía antes do almoço para comprar refrigerante e, durante essa compra, aproveitava a escapada pra tomar um aperitivo, uma água que passarinho não bebe. Pra abrir o apetite, entende?" [...] "Um belo dia, quando voltamos para o clube com os refrigerantes da moçada, o diretor da Ponte Preta, José Duarte, chamou eu, o Tuta e o Dicá para uma conversa ao pé da orelha na sala dele". [...] "O dirigente disse pra gente abrir a boca porque ele iria cheirar pra ver se algum de nós três estava com bafo de cachaça. Foi quando eu disse que não iria adiantar nada ele cheirar minha boca porque eu tinha, naturalmente, um bafo desgraçado. O Dicá e o Tuta se partiram de dar risada e ficou essa putaria de me chamarem de Bafo".

TRAIRAGEM CORINTIANA

Sua personalidade forte, seu exagerado autoconhecimento e sua incrível autoconfiança, por incrível que pareça, acabaram prejudicando seu futuro no Parque São Jorge. Ele caiu no clube justamente na época em que estavam implantando no Timão a famosa Democracia Corintiana. "Fui campeão paulista nessa minha volta ao futebol de São Paulo, mas encarar aquela tal democracia corintiana foi uma barra", conta. "De democracia não tinha nada".

CAMISA CLÁSSICA

"Tudo começou na Ponte Preta. Eu vi a camisa do Boca Juniors e fiz uma igual à deles pra mim. Era azul e amarela. Quando vim para o Grêmio de Maringá, ela passou a ser bege e preta. No Atlético Paranaense também era bege e preta, só que com uma listra a mais. Quando cheguei no Coritiba, troquei o bege pelo verde e nasceu a camisa campeã do Brasil".

SUBORNO EM 85

"Não bastasse os caras [Bangu] comemorando o título antes de a bola rolar, ainda tentaram me comprar. Me ofereceram uma grana preta para eu entregar o jogo. Aquilo me ofendeu ainda mais. Se tem uma coisa que um homem precisa ter, acima de tudo, é caráter. Eu jamais iria me perdoar se tivesse aceitado aquele suborno. Eu iria prejudicar meus companheiros e trair uma torcida inteira’.

CANIVETADA EM 89

Tudo corria normalmente, até que, aos 22 minutos do segundo tempo, o Kazu bateu o escanteio e o atacante Moreno empatou de cabeça. "Quando eu fui pegar a bola, o zagueiro do Coritiba, Berg, chegou do nada me zuando e me peitando. Como nunca levei desaforo pra casa, meti a mão na cara dele. A briga gerou uma confusão danada e, no meio dessa confusão, apareceu um torcedor com um canivete e me espetou nas costas". [...] "Armaram pra me ferrar", disse, sem saber quem foi. "Mas não posso acusar sem provas", lamenta. [...] O problema é que aquela briga em que ele se meteu acabou custando caro ao Coritiba. Por causa da confusão, o clube do Alto da Glória perdeu o mando de campo e teria de enfrentar o Santos em Juiz de Fora, Minas Gerais. Os dirigentes alviverdes resolveram peitar a Confederação Brasileira de Futebol, abraçados a uma liminar da Justiça, e não foram enfrentar o Santos. Resultado: o Coritiba foi rebaixado na caneta pelo recém-empossado presidente da CBF, Ricardo Teixeira para a terceira divisão.

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