Quando o Coritiba chegou a ser líder do Brasileiro, o técnico Marquinhos Santos era considerado a revelação da competição, ganhando destaque na imprensa nacional. Porém, a queda de rendimento do time, que atualmente está na 12ª colocação no Nacional - a sete pontos da zona de rebaixamento -, e a derrota em casa no primeiro confronto com o modesto Itagüí, da Colômbia, pelas oitavas de final da Sul-Americana, na noite de terça-feira (25), custaram o cargo do jovem treinador, de 34 anos.
Veja abaixo os cinco fatores que contribuíram para a queda de Marquinhos, que até então tinha forte apoio da diretoria do Coxa:
1 - LesõesApós a parada da Copa das Confederações, o técnico teve dificuldades para montar a equipe por causa da grande quantidade de jogadores contundidos. Entre eles, os principais jogadores do elenco: o meia Alex, o atacante Deivid e o zagueiro Leandro Almeida.
Mas a lista não parou por aí. Victor Ferraz, Chico, Botinelli, Robinho, Júnior Urso, Sérgio Manoel, Uelliton, Willian, Iberbia, Diogo, Geraldo, Anderson Aquino, Bill, Keirrison, Luccas Claro também desfalcaram a equipe no Nacional totalizando 18 jogadores.
2 - InexperiênciaO Coritiba foi o primeiro time profissional que Marquinhos Santos comandou. Antes, o treinador havia passado pela base do próprio Coxa, do Atlético e da seleção brasileira.
A falta de experiência parece ter feito falta na hora de mexer taticamente na equipe no momento de dificuldade com as lesões, e, principalmente, para contornar a primeira crise que enfrentou no comando alviverde.
3 - "Alexdependência"Se contasse só o aproveitamento com Alex em campo, o Coxa estaria encostado no G4 do Brasileiro, em quinto lugar, brigando por vaga na Libertadores. Já se for analisado apenas o rendimento das partidas sem o camisa 10, o Alviverde seria o vice-lanterna.
Estes dados mostram a dependência que time tem do meia. Algo que funcionou no começo do campeonato, quando jogador garantiu com atuações individuais as vitórias, como o gol no fim do jogo contra o Fluminense no primeiro turno, mas que se tornou um problema com o decorrer do campeonato e as lesões.
Para piorar, Marquinhos Santos não conseguiu encontrar uma solução para as ausências do craque, que precisou ser poupado em alguns jogos para poder contar com ele mais partidas. Lincoln tem sido a maior decepção neste aspecto.
4 - PlanejamentoO planejamento coxa-branca mirava o tetracampeonato paranaense, além das primeiras colocações no Brasileiro para alcançar uma vaga na Libertadores e uma boa campanha na Sul-Americana. O treinador chegou a dizer que não iria priorizar o Brasileiro ou a Sul-Americana no decorrer das competições - o que acabou mudando com a queda de rendimento no Nacional.
De todas essas metas, apenas o título do Paranaense foi alcançado pelo treinador. Porém a ideia de utilizar o time principal na maioria do Estadual acabou contribuindo para a série de lesões no segundo semestre. O que não ocorreu com o rival Atlético, por exemplo, que jogou o Paranaense com o time sub-23 e hoje está no G4 do Brasileiro.
Para piorar, o Paranaense não foi utilizado para dar mais experiência aos jogadores das categorias de base, o que também estava no planejamento do início do ano. Abner, Dudu, e Jânio, por exemplo, só foram chamados para o elenco profissional quando a queda de rendimento no Brasileiro ficou clara.
5 - Contratações ineficazesNo ano em que o Coxa viu jogadores de destaque saírem, como o meia Everton Ribeiro, o meia-atacante Rafinha e o zagueiro Emerson, as reposições não foram à altura. No começo do ano foram apresentados o lateral Patric e o atacante Júlio César. O primeiro já foi emprestado ao Sport e o segundo é reserva do jovem Jânio.
O meia Botinelli também veio este ano. Sofreu uma lesão grafe no primeiro semestre. Mas no Brasileiro muito pouco ajudou a equipe. O zagueiro Leandro Almeida, que atualmente está machucado, mas é titular, foi exceção.