O presidente Rogério Bacellar mudou radicalmente de estratégia no Coritiba. Em 2015, seu primeiro ano no comando do clube, o dirigente não saía da mídia. Era ele quem respondia por quase tudo no Alviverde – de assuntos simples como contratações a temas delicados, como a crise política interna no Alto da Glória. Na atual temporada, entretanto, trocou os holofotes pela presença nos bastidores. Se a exposição é menor, o poder de decisão é o mesmo.
Essa mudança de atitude tem dois objetivos. O primeiro é profissionalizar cada vez mais o clube. Quando o assunto é administrativo, por exemplo, quem comenta é o diretor executivo, Maurício Andrade. Na hora de falar do futebol, o diretor Valdir Barbosa é sempre o escolhido. Ambos são remunerados.
O outro objetivo da discrição de Bacellar é proteger a figura do presidente e acalmar os ânimos internos, que ficaram acirrados no ano passado com a crise do WhatsApp e a renúncia dos vices Pierre Boulos e André Macias.
Para substituí-los e completar o G5, o Conselho Deliberativo do clube nomeou na semana passada José Fernando Macedo e Luiz Antônio Eugênio de Lima. Mas é Alceni Guerra, terceiro vice-presidente, que normalmente acaba dando mais entrevistas.
“É um estilo pessoal do presidente, mas ele é muito ativo. É ele quem toma as decisões finais, tem um dia a dia intenso dentro do clube”, conta Guerra. “Ele decide todas as questões relacionadas ao futebol. Se há alguma divergência entre o Maurício Andrade e o Valdir Barbosa, é o presidente que tem a palavra final”, garante.
Bacellar apoia na surdina, sem fazer alarde. De preferência, longe da imprensa. Ele esteve, por exemplo, no jogo contra o PSTC, em Cornélio Procópio. Nos treinos, aparece frequentemente para socializar com o elenco. E para cobrá-lo.
“Ele costuma vir aqui, conversar com a gente, mostrar o que está passando com o clube e a confiança que tem nos jogadores. Isso é importante”, enaltece o meia Thiago Lopes.