O Coritiba mantém uma relação de custo sem benefício com o meia Lincoln, o atacante Anderson Aquino e os laterais Jackson e Eltinho. Quatro jogadores que chegaram com diferentes níveis de expectativa ao Alto da Glória, mas somam apenas seis partidas em 2014 e representam ao clube, hoje, um gasto mensal de R$ 433,3 mil. Gordura que o enxugamento da folha salarial alviverde, feito desde o primeiro semestre, ainda não conseguiu eliminar.
ENQUETE: a volta de Marquinhos Santos é a melhor opção para o Coxa? Deixe sua opinião
Lincoln fez sua última partida pelo Coxa dia 23 de fevereiro, a única oficial no ano. Jogou os 90 minutos da vitória por 3 a 1 sobre o Toledo, fora de casa, pelo Campeonato Paranaense. Despedida pouco glamorosa para um jogador contratado no fim de 2011, para ser referência técnica e de liderança da equipe.
No início de março Lincoln foi emprestado ao Bahia, mas sem deixar a folha de pagamento do Coritiba. Pelo acordo inicial, o Coxa pagaria 70% do salário. No fim de maio, quando os baianos emprestaram o volante Hélder aos paranaenses, houve um rearranjo. O Bahia quitaria os vencimentos de Hélder e caberia integralmente ao Coritiba o pagamento de Lincoln, segundo maior salário do elenco alviverde.
A situação de Eltinho é idêntica. Trazido no início de 2011, após uma boa temporada no Avaí, teve sua participação no time que seria vice-campeão da Copa do Brasil e recordista de vitórias prejudicada por contusões. Em 2014, fez somente dois jogos. O último em 9 de fevereiro, contra o Atlético, na Vila Capanema, pelo Estadual. Emprestado ao Avaí, continua com seu salário perto dos três dígitos totalmente custeado pelo Coritiba. Será assim até dezembro, quando vence seu contrato.
Jackson também deixará de estar vinculado ao Coxa em dezembro. Custa menos da metade que Eltinho, mas está há bem mais tempo sem vestir verde e branco em um jogo oficial. Destaque da Série B de 2011 pelo Boa, o lateral-direito chegou no início do ano seguinte, como substituto de Jonas. Entrou em campo 15 vezes e, em abril de 2012, rompeu o ligamento cruzado do joelho direito. A partir daí, foram duas cirurgias e nenhuma outra partida oficial pelo clube. Treina com o grupo B, onde estão os jogadores que o Coxa tenta emprestar ou vender para aliviar a folha salarial e fazer um caixa.
Foi por onde passou Anderson Aquino. O atacante foi uma espécie de 12.º jogador na campanha da Copa do Brasil de 2011. Fez o gol da classificação para a final e, suspenso, fez falta na decisão contra o Vasco, no Couto. A fase era tão boa que o clube não hesitou em lhe oferecer um novo e vantajoso contrato, próximo aos três dígitos, até junho de 2016.
As aparições em campo e os gols foram diminuindo gradativamente. No fim de 2012, o clube acertou a transferência do atacante para o Botafogo. Negócio abortado por uma lesão de joelho. Ano passado, Aquino entrou em campo por dez minutos, contra o São Paulo, pelo Brasileiro. Neste ano foram três. O menos distante, dia 13 de março, contra o Cene, no Mato Grosso do Sul, pela Copa do Brasil (2 a 2). Em junho ele reforçou o time sub-23 no torneio de Foz do Iguaçu e de lá foi reintegrado ao grupo principal. No pós-Copa, ele foi relacionado para um dos nove jogos disputados pelo clube, contra o Botafogo, pelo Brasileiro.
O quarteto representa o resquício volumoso de um problema que o Coritiba vem atenuando ao longo do ano. No primeiro semestre, o clube gastou R$ 80 mil mensais com os argentinos Iberbia e Escudero sem que eles entrassem em campo uma única vez pelo clube. Iberbia ficou até o fim do seu contrato, em junho, apenas treinando. Escudero ainda ficou emprestado ao Criciúma, com 55% do salário pago pelo Coxa. O acordo terminou em julho, junto com o contrato do lateral.
A economia com os argentinos soma-se a outra feita desde o início do Brasileiro. Dez jogadores deixaram o clube emprestados ou em definitivo (de Chico a Jajá, de Diogo a Denner). Juntos, custavam cerca de R$ 300 mil.
Deixe sua opinião